Cirurgiões cardiovasculares filiados à Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares do Paraná (CoopCárdio-PR) anunciaram que deixaram de atender pela Unimed a partir desta segunda-feira (9). Os médicos desligaram-se de 21 das 22 unidades do plano no Paraná. A exceção é Londrina, onde os profissionais devem se desvincular em 31 de janeiro.
Os médicos reivindicam reajuste nos valores pagos pelos procedimentos. De acordo com o presidente da Coopcárdio-PR, Marcelo Ferraz de Freitas, as negociações tiveram início há um ano e não houve acordo. "Apenas a Unimed Curitiba apresentou uma proposta, mas era muito abaixo do esperado. A questão foi desconsiderada pelas outras singulares", afirmou Freitas.
A CoopCárdio-PR não soube informar quantos cirurgiões pediram demissão dos quadros da Unimed no estado.
A assessoria de imprensa da Unimed Curitiba informou que um médico dessa especialidade, do total de 55, havia pedido demissão até sexta-feira (6). O desligamento tem de ser feito pessoalmente. Alguns profissionais encaminharam os documentos pelos Correios e nesse caso, oficialmente, ainda têm vínculos com a Unimed.
O Sistema Unimed do Paraná divulgou uma nota sobre o desligamento dos profissionais na manhã desta segunda-feira. A Unimed informou que negocia com os cirurgiões cardíacos e tenta, na medida do possível, atender as reivindicações dos profissionais. Os clientes não correm o risco de ficar desassistidos, de acordo com a Unimed.
A Unimed afirmou que as "negociações, por interferência de entidade estranha (CoopCardio) ao ambiente societário Unimed/médicos cooperados, tem acontecido de forma a não permitir o exercício pleno e responsável do cooperativismo, exercido pela Unimed e facultado pela lei 5764/71", afirmava a nota.
A nota dizia ainda que a demissão conjunta tem sido alvo de questionamentos do Poder Judiciário em outros localidades, como o Rio de Janeiro.
Reajuste nos honorários
Em média, as Unimeds pagariam cerca de R$ 1,2 mil por procedimento da especialidade, para uma equipe que chega a quatro ou cinco profissionais menos que os R$ 2,8 mil do Sistema Único de Saúde (SUS) e muito aquém dos R$ 15 mil pedidos pela CoopCárdio-PR.
Freitas afirmou que a última proposta da Unimed Curitiba, responsável por 50% dos procedimentos da especialidade feitos no estado, foi de pagar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por procedimento. "Nós fizemos uma contraproposta pedindo R$ 7,5 mil, com a possibilidade de fazer um aumento escalonado, em um prazo de dois anos, para os R$ 15 mil. A proposta não foi aceita por eles. As outras singulares não nos procuraram e não querem negociar de forma conjunta", disse o presidente da CoopCárdio-PR.
Procon diz que consumidor não deve ser refém das negociações
Segundo a coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, o consumidor não deve se sentir refém da disputa entre médicos e operadoras. "O cliente tem o direito ao atendimento e a operadora o dever de fornecer o profissional para tanto. Em nenhum momento o paciente deve aceitar receber uma conta por fora e sim exigir das Unimeds o seu atendimento."
A Unimed-PR e CoopCárdio-PR garantiram o atendimento de emergência. "Ninguém ficará desassistido", frisou Freitas.
Nos casos eletivos, no entanto, o consumidor terá de buscar seus direitos com a operadora e talvez tenha de abrir mão de ser atendido pelo médico de preferência por outro da especialidade que esteja credenciado.
Em caso de dúvidas ou para mais informações, o cliente deve entrar em contato com a Unimed por meio do telefone 0800-642-2002.
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