A Cisco do Brasil afirmou nesta quinta-feira (18) que a empresa, analisando os fatos aos quais teve acesso, não acredita ter agido de forma inapropriada. Em comunicado, a empresa informou que não importa produtos diretamente para o Brasil. As importações seriam feitas por revendedores.
A empresa é acusada de fazer parte da criação de uma cadeia de empresas de fachada, envolvendo a multinacional, sua filial brasileira e a distribuidora Mude. O esquema de sonegação fiscal foi desarticulado por uma operação da Polícia Federal, deflagrada na terça-feira, e que prendeu 44 pessoas, incluindo o presidente da Cisco no Brasil, Pedro Ripper.
"Empresa está cooperando"
A operação, que envolvia empresas com sede em paraísos fiscais, permitia que a mercadoria saísse dos Estados Unidos com preços até 70% menores, pagando menos imposto de importação, além de sonegar tributos estaduais. O rombo pode chegar a R$ 1,5 bilhão.
Além dos diretores da Cisco no Brasil, cinco executivos da multinacional estão sob investigação da polícia americana. Entre os detidos, além de executivos da companhia norte-americana, estão seis auditores fiscais da Super Receita. As buscas também resultaram na apreensão de US$ 290 mil e R$ 240 mil em espécie, um jato comercial, 18 veículos e US$ 10 milhões em mercadorias.
Em nota, a empresa afirmou que "está cooperando plenamente com as autoridades e, paralelamente, conduzindo uma meticulosa investigação interna". Segundo a Cisco, quatro dos detidos na Operação Persona são seus funcionários.
"A Cisco assumirá responsabilidade e tomará as medidas cabíveis assim que forem finalizadas as investigações dos fatos", afirma a nota.