O Citibank reduziu as operações de crédito no Brasil no segundo trimestre, em meio a um aumento da inadimplência. A carteira de crédito ao consumo do banco fechou junho em US$ 3,4 bilhões, queda de 6,2% na comparação com o mesmo período de 2014. Ao mesmo tempo, os calotes, considerando os atrasos acima de 90 dias, subiram de 1,9% para 2,4%. O Citi, terceiro maior banco dos Estados Unidos, divulgou nesta quinta-feira, 16, seus resultados trimestrais. A instituição não informa outros números do Brasil, onde reestruturou sua operação de varejo recentemente.
Levando em conta as operações globais, o lucro líquido do Citi teve forte alta, saltando de U$ 181 milhões no segundo trimestre de 2014 para US$ 4,85 bilhões este ano, por conta da redução de gastos com litígios judiciais. No ano passado, o Citi fechou um acordo com a Justiça dos EUA para pagar US$ 7 bilhões por conta das hipotecas de alto risco da crise de 2008.
Na América Latina, considerando o conceito de ganhos com operações continuadas, o lucro do Citi ficou em US$ 225 milhões ao final de junho com operações que incluem varejo e cartões, sem considerar investidores institucionais. O resultado representa uma queda de 18% na comparação com o segundo trimestre de 2014.
A carteira de crédito do Citi no México, de US$ 27 bilhões, é bem maior do que a do Brasil, de US$ 3,4 bilhões. Ao contrário das operações brasileiras, o crédito naquele país cresceu 3,6% no segundo trimestre ante igual período de 2014. O México representa 9,5% da carteira mundial do segmento e o Brasil, 1,2%.
Prioridade
Apesar da retração no Brasil, no mês passado, o presidente do Citi no país, Hélio Magalhães, reafirmou que o mercado brasileiro é prioridade para o banco. Disse ainda que o grupo não considera deixar o País, seguindo os passos do inglês HSBC, que negocia a venda da sua plataforma local, mas que os momentos serão difíceis em termos de inadimplência, seja pela recessão da economia ou pelo aumento do desemprego.
“Os Estados Unidos hoje estão em fase de recuperação, mas, quando tiveram problemas, o lado internacional compensou. Hoje, a América Latina pode estar passando por algumas dificuldades, eventualmente o Brasil no curto prazo, mas a riqueza dessa franquia é um diferencial estratégico até para proteger o nosso negócio”, explicou Magalhães, a jornalistas, na ocasião.
De acordo com ele, mesmo com o aumento da concentração bancária no Brasil, caso um grande banco local adquira o HSBC no País, há espaço para a estratégia do Citi, que prioriza a alta renda e o segmento corporativo no País. Magalhães afirmou ainda que uma maior concentração fortalece os diferenciais do Citi de ser um banco global e com soluções internacionais.
O presidente da instituição lembrou ainda que desde 2012 o banco começou a se reposicionar no Brasil dentro da sua estratégia global e fez desinvestimentos significativos, como, por exemplo, a venda da Credicard ao Itaú Unibanco. Apesar de rumores de novos movimentos, como a venda de sua participação na credenciadora Elavon, Magalhães garantiu que o banco não está reduzindo tamanho, pessoas ou agências, que estão sendo reformuladas no Brasil.
Procurado, o Citi informou, por meio de sua assessoria de imprensa no Brasil, que não iria comentar os resultados divulgados hoje.
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