O Citigroup anunciou nesta segunda-feira que planeja cortar 50 mil funcionários diante de um quadro de crise econômica e condições globais de crédito que pressionam o banco norte-americano com maior alcance no mundo a rever sua estrutura de custos.
Os cortes devem ocorrer no curto prazo e se somam aos cerca de 23 mil empregos eliminados pelo Citigroup entre janeiro e setembro. As reduções deixarão o segundo maior banco dos Estados Unidos com cerca 300 mil funcionários no mundo, uma queda de 20% sobre o final de 2007.
As reduções devem ser geradas por demissões, venda de unidades e fechamento de vagas. O Citigroup planeja cortar despesas em 20% em relação a níveis máximos e gastar entre US$ 50 bilhões e 52 bilhões em 2009, ante US$ 59,8 bilhões em 2007.
Os cortes são a ação mais extrema tomada pelo presidente-executivo, Vikram Pandit, para restaurar a lucratividade da instituição e impulsionar o valor da ação do grupo. Na semana passada, a ação do Citigroup caiu pela primeira vez à casa de um dígito desde que Sanford "Sandy" Weill criou o Citigroup em 1998 a partir da fusão do Travelers Group com o Citicorp.
Pandit tornou-se presidente-executivo do grupo em dezembro passado e tem enfrentado críticas crescentes de investidores por não implementar um plano viável de recuperação do grupo.
O banco perdeu mais de US$ 20 bilhões no último ano, atingido por dívidas de difícil recuperação frequentemente vinculadas a hipotecas. Alguns analistas afirmam que a instituição pode não ser lucrativa antes de 2010.
As ações do Citigroup despencaram 68% este ano até sexta-feira, deixando a instituição com um valor de mercado de apenas US$ 51,9 bilhões, pouco mais que o dobro dos US$ 25 bilhões que o banco recebeu do Tesouro dos Estados Unidos em um novo pacote de ajuda.
Analistas acreditam que o Citigroup nunca investiu o suficiente em tecnologia ou para fazer com que suas unidades trabalhem melhor juntas. O grupo tem operações em mais de 100 países.
Ao mesmo tempo, a capacidade do grupo em crescer nos EUA é relativamente limitada. No mês passado, o Wells Fargo superou a tentativa do Citigroup em comprar o Wachovia e seus US$ 418,8 bilhões em depósitos.