A classe A, formada por 2,6% das famílias do país, consome um quarto dos produtos financeiros (incluindo seguros, previdência e taxas bancárias) e dos veículos adquiridos no Brasil. Os dados foram divulgados ontem e fazem parte do Pyxis Consumo, uma pesquisa de mercado do Ibope Inteligência que mede o consumo de famílias em 51 grupos de produtos (excluindo gastos com aluguel, impostos e cursos extracurriculares, como os de inglês e computação). A classe C, por outro lado, é responsável por metade do consumo de cigarros.
No levantamento foi considerado o conceito de classe econômica da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep), que se chama "critério Brasil". Por essa definição, pertencem à classe A as famílias com renda média mensal projetada para 2012 de R$ 10.400. As famílias da classe B têm renda familiar média mensal de R$ 3.800; as da classe C, de R$ 1.570; e as das classes D e E, de R$ 780. A classe A, apesar da pouca representatividade no total das famílias, responde por 16,2% do consumo total dos produtos pesquisados e detém 23,7% de toda a massa salarial.
Com o crescimento real da renda, a ampliação do crédito e o ingresso de mais famílias na classe C 52,4% do total , novos grupos de produtos começam a aparecer no consumo das pessoas incluídas nessa faixa de renda. "Apesar de a maior parte da cesta ainda ser formada por produtos essenciais, como alimentação e vestuário, chama a atenção o fato de 50% do consumo de todo o cigarro [grupo de tabaco e acessórios] estar na classe C", diz Antonio Carlos Ruótolo, diretor de geonegócios do Ibope Inteligência. Formada por 52,4% das famílias, a classe C é responsável por 38,7% do consumo dos grupos pesquisados, com 26,9% da massa de salários disponível no país.