A classe E vem aumentando sua participação no mercado de cartões de crédito. Se em 2009 os consumidores com renda mensal média de até um salário mínimo (R$ 678, hoje) representavam 6,2% da demanda por cartões, em 2013 o número passou para 16,8%, de acordo com estudo divulgado hoje pela Serasa Experian.

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No mesmo intervalo de tempo, a busca por catões pelas demais classes sociais caiu. "O consumidor da classe E está procurando mais crédito, em decorrência do aumento de renda", diz Julio Guedes, chefe de análise da Serasa. "Agora eles têm mais condições de consumir, e o cartão de crédito é uma das principais ferramentas para isso". Outra conclusão do estudo da Serasa foi o impacto da formalização dos jovens na busca por cartões. A participação dos jovens entre 20 e 30 anos com carteira assinada, este ano, foi de 16% entre toda a população que procurou cartão de crédito. No ano passado, o percentual havia sido de 12%. Foi a maior expansão considerando todos os segmentos analisados pela Serasa.

"Uma novidade do estudo é justamente esse crescimento de jovens com carteira assina, que passaram a solicitar mais crédito", o que é explicado pela formalização do mercado de trabalho no Brasil.

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A carteira assinada é um fator positivo para o mercado de crédito como um todo, conforme explica Guedes, pois com a formalização as pessoas passam a ter um salário fixo todos os meses, sabem, inclusive, o quanto vão ganhar e tem mais segurança para solicitar o cartão de crédito. "Quando o consumir tem um holerite, isso facilita a aprovação do seu crédito".

Inadimplência e Risco

De acordo com o estudo, a inadimplência recuou entre 2012 e 2013. O volume de consumidores que atrasaram -por mais de 30 dias- o pagamento de suas contas foi de 3,8% neste ano, contra 4,4% no ano passado, queda de 14%. No final de 2012, as empresas passaram a aprovar menos crédito, o que ajudou a diminuir a inadimplência deste ano, explica a Serasa. "A tendência até o final do ano é de uma queda na taxa de inadimplência. Para 2014, porém, a expectativa é de um aumento na taxa, refletindo o crescimento da inflação e da taxa de juros."

Embora a inadimplência tenha perdido fôlego este ano, cresceu o número de consumidores considerados de alto risco na busca por cartões de crédito, ao mesmo tempo que diminuiu a procura dos de médio e de baixo risco. Enquanto no ano passado 23% da demanda era de alto risco, este ano essa parcela subiu para 32%.