Londres O número de famílias de classe média nos principais países emergentes deve chegar a 170 milhões até 2015 praticamente o dobro em relação a 2005, segundo um estudo realizado por um instituto sul-coreano. Segundo a pesquisa, o número de famílias de classe média no Brasil deverá saltar de 16,8 milhões em 2005 para 27,7 milhões em 2015, um aumento de 64,5%.
O estudo, intitulado "Como Capturar Novos Grupos Consumidores nos Mercados Emergentes", deve ser oficialmente lançado na próxima semana pelo Instituto Samsung de Pesquisas Econômicas. Além do Brasil, foram analisados China, Índia, Indonésia, Rússia, África do Sul, Turquia e Vietnã.
O tamanho da classe média brasileira, em termos absolutos, deve ficar atrás somente da China e da Rússia, entre os países pesquisados. O instituto considera de classe média as famílias com renda líquida superior a US$ 5 mil anuais (cerca de R$ 10,4 mil).
O total de famílias nessa faixa de renda deve pular de 87 milhões, em 2005, para 171,3 milhões em 2015, depois de ter verificado uma queda de 61,7 milhões em 1990 para 47,7 milhões em 2000. A proporção da população nessa faixa de renda nos países pesquisados deve passar de 11% em 2005 para 19,7% em 2015.
A China é o país com o maior aumento proporcional previsto pelo estudo, com o número de famílias de classe média passando de 20,2 milhões em 2005 para 61,9 milhões em 2015, numa diferença de 207%.
A Índia é o segundo país em crescimento porcentual da classe média, com 110,5% entre 2005 e 2015, mas deve permanecer com uma classe média pequena em números absolutos 7,2 milhões de famílias em 2015.
Outro país com aumento expressivo no tamanho da classe média é a Rússia, que terá 42,58 milhões de família nessa classificação, um aumento de 81% em relação a 2005.
O estudo, que tem como objetivo orientar a estratégia de empresas nos mercados emergentes, adverte porém que as companhias não devem esquecer os consumidores com renda inferior a US$ 5 mil por ano, que compõem hoje 89% da população dos países incluídos na pesquisa.
Pobreza
O estudo também prevê uma redução expressiva do número de famílias nas faixas mais baixas de renda. Pela projeção, o total de famílias com renda inferior a US$ 1,25 mil anuais (cerca de R$ 2,65) nos oito países passará de 156 milhões (19,6% dos domicílios) em 2005 para 62,75 milhões em 2015 (7,2% do total).
Na segunda faixa de renda mais baixa, que vai de US$ 1,25 mil anuais até US$ 2,5 mil anuais, a queda será menos acentuada. O total de famílias nessa faixa deverá passar de 405 milhões (51% dos domicílios) para 356 milhões (40,9%) em 2015.