São Paulo O processo de sofisticação do consumo popular pode ser percebido não apenas em alimentos, mas também em eletrodomésticos, computadores, telefones celulares e outros eletroeletrônicos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) fez uma pesquisa com seus associados em outubro e descobriu que 60% do consumo de seus produtos estavam sendo impulsionado pelas classes C, D e E. Essas classes representam 60% também do mercado de telefonia celular, segundo uma pesquisa divulgada pela Vivo. Dos clientes da operadora, por exemplo, 64% têm renda mensal de R$ 480. A Intel, fabricante de microprocessadores, estima que dos 7,5 milhões de computadores que serão vendidos em 2006, 1 milhão foi adquirido por famílias de baixa renda.
"O aumento do consumo de produtos de tecnologia dessas classes nos levou a ter uma relação mais forte com os varejistas, na busca de preços baixos e de como conquistar o consumidor, e até ações de marketing e merchandising em novela", conta Elber Mazaro, diretor de marketing da Intel Brasil.
O funcionário público Carlos Santana Melo, 31 anos, já está partindo para o segundo computador. Na fila do ônibus fretado pelas Casas Bahia numa grande estação de metrô em São Paulo, estava ansioso para chegar à Super Casas Bahia, montada pela rede varejista no espaço de feiras do Anhembi. Com o salário de R$ 1 mil, Melo parcelou seu primeiro PC há um ano. "O novo ficará comigo e o velho vou dar para minha filha, para ela aprender a utilizar", conta, ao lado da filha.
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