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Além de favorecer o desenvolvimento das lavouras de inverno, o clima atual é ideal para o plantio da safra de verão, que começa a ser cultivada a partir do mês que vem. A avaliação é do diretor de Logística e Gestão Empresarial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto. A Conab divulgou nesta quinta-feira(07) uma nova estimativa para a safra 2007/08 de grãos, que deve somar 143,7 milhões de toneladas, número recorde. A colheita é 9,1% maior que o da safra passada, que foi de 131,8 milhões de toneladas e 0,9% superior à pesquisa de julho, projetada em 142,4 milhões de toneladas.

Porto explicou que a estimativa para a safrinha de milho foi corrigida para 18,391 milhões de toneladas. No mês passado, a Conab havia reduzido as projeções de colheita para a segunda safra de milho para 17,612 milhões de toneladas, devido ao temor de quebra na produção por causa da possibilidade de geadas no Paraná, o que acabou não acontecendo.

O presidente da Conab, Wagner Rossi, lembrou que não houve grandes alterações nos números divulgados hoje na comparação com os dados de julho. Mas eles destacaram, durante a entrevista coletiva, que houve uma mudança rápida na variação dos preços dos produtos agrícolas, especialmente soja e milho, no mercado internacional. Essas oscilações, lembrou Rossi, já refletem no mercado interno.

Porto explicou, no entanto, que é preciso esperar um pouco mais para saber se o quadro de baixa vai se perpetuar. "Não tem explicação para a queda dos preços dos últimos dias. Alguns comentam que a queda do preços dos alimentos está relacionada ao recuo do preço do petróleo, mas vamos esperar para ver se a tendência se confirma", afirmou.

No caso do milho produzido no Mato Grosso, o preço de venda está próximo ao mínimo de garantia, lembrou Rossi. Na semana passada, a saca de 60 quilos tem sido vendida a R$ 14 no Mato Grosso. Nos últimos dias, há notícias de que o produto estaria sendo vendido a R$ 12,50. Para Porto, a variação está diretamente relacionada com o avanço da colheita.

No Mato Grosso, a Conab estima que 95% da safrinha tenha sido colhida. A produção no Estado é estimada em 7,138 milhões de toneladas. No Paraná, outro importante estado produtor de milho na segunda safra, 70% das lavouras foi colhidas.

Um levantamento feito pela Conab em vários Estados mostra, no entanto, que os preços do milho subiram R$ 22,75 por saca de 60 quilos na última semana de julho, contra R$ 20,27 por saca na média do mês. O levantamento mostra que os preços do arroz recuaram de R$ 34,68 por saca de 50 quilos na média do mês para R$ 34,38 por saca de 50 quilos na última semana do mês. "A queda é reflexo das intervenções feitas pelo governo", garantiu Rossi referindo-se à decisão do governo de leiloar estoques.

No caso do feijão, os preços recuaram de R$ 191,27 por saca de 60 quilos para R$ 167,30 por saca de 60 quilos. Para Porto, a colheita da terceira safra está determinando a queda dos preços. A safra do Centro-Oeste, que deve somar 133,6 mil toneladas, já está sendo colhida.

A proximidade da colheita das lavouras de trigo, entre agosto e setembro, também reduziu os preços no mercado interno. A safra é estimada em 3,824 milhões de toneladas, aumento de 71,2% em relação à colheita de 2,233 milhões de toneladas no ano passado. "Os preços no mercado interno tem caído independente do cenário internacional", afirmou Porto. O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Silas Brasileiro, disse que a meta é diminuir, cada vez mais, a dependência pelo trigo importado. Segundo ele, o objetivo é retomar o volume de produção de 2003, quando a colheita de trigo foi de 6 milhões de toneladas.

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