![Clínicas dispõem de todo material fundamental para atendimento. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2016/05/2df1d8f352682a563781a93943c13125-full.jpg)
Se os planos de saúde perderam 1,3 milhão de clientes em um ano, as clínicas populares não têm do que reclamar.
Com a crise, muitas pessoas tiveram o plano de saúde empresarial cortado ao serem demitidas e não conseguiram arcar com os custos da mensalidade individual.
Sem o interesse em recorrer ao Serviço Único de Saúde (SUS), os consumidores com maior poder aquisitivo começam a descobrir as clínicas populares - um mercado que está em franco crescimento no país.
Só em Curitiba há, pelo menos, três empresas no segmento (Acesso Saúde, Clip e a Clifame) e, em São Paulo, a Dr. Consulta se destaca por ter recebido US$ 25 milhões de fundos de investimento.
O modelo de negócio, já conhecido pela classe C e que, aos poucos, começa ser explorado pelo público de maior poder aquisitivo, se resume em oferecer consultas e exames médicos a preços baixos, sem cobrança de mensalidade.
Em geral, as consultas custam até R$ 100, inclusive para especialidades como ginecologia, oftalmologia e dermatologia. Os exames são cerca de 50% mais baratos do que nas clínicas convencionais e vão desde coleta de sangue até tomografia.
Cortar custos
Para conseguir oferecer os serviços a preço baixo, as clínicas se desdobram para cortar custos internos e negociar contratos mais vantajosos.
As estruturas são simples, porém dispõe de todo o material fundamental para atendimento.
Os médicos são todos com experiência e têm flexibilidade para montar suas grades de horário.
Já os exames mais complexos são feitos em clínicas parceiras, que oferecem condições especiais pelo grande volume de clientes.
As clínicas populares também trabalham com margens de lucro menores e, por não possuírem área hospitalar, gastam menos com equipamento.
Além disso, João Matos, sócio da Clifame, afirma que as clínicas estão sempre “com a agenda cheia”,pois estão localizadas em pontos estratégicos das cidades – próximas a terminais de ônibus, postos de saúde e hospitais.
Os fundadores dos empreendimentos garantem que o formato é atrativo para todos, pois democratiza o serviço de atendimento médico e gera lucro. A Acesso Saúde, que possui 12 unidades no país, faturou R$ 15 milhões em 2015 e prevê chegar a R$ 20 milhões neste ano. Nas três unidades em Curitiba e região, são 144 médicos credenciados que ganham, em média, R$ 40 por consulta.