O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, informou nesta terça-feira que o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve realizar na quarta-feira uma reunião extraordinária para adotar medidas voltadas à ampliação do crédito rural, neste momento de crise internacional. Entre as medidas que o CMN deverá tomar, o ministro citou a liberação de depósitos compulsórios à vista para uso em crédito rural. Segundo o ministro, esses recursos que serão liberados para os bancos irão suprir em parte os financiamentos que as empresas trading deixaram de oferecer para o setor agrícola a partir do fechamento das linhas externas. Stephanes afirmou que a decisão de liberar estes compulsórios terá de ser tomada pelo CMN.
Outra medida, segundo ele, que deverá ser adotada por meio de carta circular do Banco Central, é a reclassificação de risco dos agricultores que renegociaram dívida e estão adimplentes. Ele explicou que como esses agricultores deixaram de pagar a dívida no passado, eles são considerados clientes de alto risco, dificultando a obtenção de crédito. "Essa medida deverá ser tomada amanhã", disse ele.
Ele descartou, no entanto, a prorrogação do prazo de dívida de investimento dos agricultores que vence amanhã. Segundo ele, o governo identificou que o nível de inadimplência é pequeno e que essa medida não solucionaria o problema de crédito. Ele disse que o governo estava preocupado especificamente com as dívidas de produtores do Mato Grosso, onde o nível de inadimplência é de 7%, mas, nos demais Estados, é menor, por isso a decisão de não prorrogar o prazo.
O ministro rechaçou críticas de que o governo estaria tendo pouca agilidade na tomada de decisões de medidas para enfrentar a crise, mas admitiu que pode haver demora na solução de alguns problemas operacionais e de normas. O ministro também confirmou que o governo está estudando medidas para agilizar o uso de crédito de PIS e Cofins.
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