Brasília (das agências) – A estagnação da indústria no terceiro trimestre do ano levou os empresários do setor a expectativas pessimistas para os próximos seis meses. Essa é uma das conclusões da Sondagem Industrial, pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com estoques acima do desejado, os empresários da indústria esperam estabilização nas compras de matérias-primas, exportações menores e redução no emprego para os próximos seis meses.

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Um dos indicadores que mais preocuparam o economista da Unidade de Política Econômica da CNI, Renato Fonseca, foi o de queda nas exportações. Isso porque os empresários da indústria esperam redução nas vendas externas nos próximos seis meses, o que nunca havia ocorrido em toda a série histórica da pesquisa, realizada desde o segundo trimestre de 1998.

O indicador de expectativa das exportações para os próximos seis meses, que já era negativo (abaixo de 50 pontos) em julho, com 45,9 pontos, caiu ainda mais, ficando em 45,1 pontos na pesquisa atual. Os grandes empresários melhoraram as suas expectativas com as exportações, e o indicador passou de 48,1 para 48,5 pontos. Já entre os pequenos e médios, a expectativa passou de 44,7 pontos para 43,4.

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Assim como as expectativas de vendas externas, a indústria também está pouco otimista quanto à evolução do seu faturamento nos próximos seis meses. O índice médio ainda é positivo (53,1), mas inferior ao registrado no trimestre anterior (54,5) e no mesmo período do ano passado (60,1).

Apenas os setores de bebidas e de produtos farmacêuticos fizeram avaliações positivas sobre a expectativa de exportações para os próximos seis meses. Já os setores de vestuário e calçados, minerais não-metálicos, têxtil, couros e peles e de madeira destacaram-se entre as piores previsões futuras. Entre os pequenos e médios empresários, o índice que mede a expectativa de faturamento passou de 53,5 para 51,9. Entre as grandes empresas, o indicador caiu de 56,8 para 55,4 pontos.

A Sondagem Industrial é realizada com base em consultas a 1.458 empresários, sendo 204 de grandes indústrias e 1.254 de pequeno e médio porte. A pesquisa foi realizada entre os dias 26 de setembro e 18 de outubro.