A Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevou de 4,7% para 5,3% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008. Segundo o documento Informe de Conjuntura, a revisão se deve ao fato de o resultado do PIB no segundo trimestre com alta de 6,1% ante igual período de 2007 ter ficado acima dos 5,5% esperados pela entidade. A CNI destaca que os efeitos da crise externa sobre a economia real até agora são "tênues".
A confederação elevou também a projeção de crescimento da indústria de 5% para 5,5% neste ano. A estimativa da CNI para o consumo das famílias, que deve explicar cerca de 70% da elevação do PIB neste ano, é de expansão de 6%, ante 5,5% na previsão anterior, divulgada em junho.
Para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), medida da taxa de investimento na economia, a entidade espera um aumento de 13,5%, ante 10,5% na estimativa anterior. A projeção para o desemprego caiu de 8,04% para 7,9% e para a relação dívida/PIB caiu de 40,6% para 40,4%.
Segundo a CNI, o setor externo deve dar uma contribuição negativa de 2,6 pontos porcentuais para o PIB, por conta da alta mais forte das importações em comparação com as exportações. Por conta da redução nos preços das commodities, a previsão para a inflação medida pelo IPCA neste ano caiu de 6,4% para 6,2%, segundo a CNI. Apesar disso, a entidade ainda vê mais altas na taxa de juros, embora entenda que o BC deva reavaliar a política monetária. A expectativa é que o BC promova uma alta de 0,50 ponto porcentual e outra de 0,25 ponto porcentual, com a Selic fechando o ano em 14,5% ao ano. A previsão anterior da entidade era de Selic encerrando o ano em 14,25%.
Para 2009, a CNI avalia que a crise internacional vai levar a uma moderação do ritmo de crescimento da economia brasileira e requer, por parte do Banco Central, uma reavaliação da intensidade da política monetária. "O desafio para a economia brasileira será manter as condições de crescimento em 2009, enquanto a economia mundial irá crescer de forma mais lenta", diz a entidade.