Mais de 22 mil produtores rurais do Paraná e Mato Grosso do Sul terão suas contas bancárias engordadas nos próximos dias. Isso porque a Coamo Agroindustrial, maior cooperativa da América Latina, com sede em Campo Mourão, irá repartir parte dos lucros obtidos em 2011 com os seus associados a partir de segunda-feira (13). São R$ 161 milhões metade da receita líquida total da empresa , que serão repartidos de acordo com o volume de operações realizados pelos cooperados na empresa. A outra metade do lucro será depositada em fundos de apoio ao agricultor, afirma José Aroldo Gallassini, presidente da cooperativa. Em entrevista à Gazeta do Povo logo após a assembleia geral com os associados que o elegeram para o cargo por mais quatro anos o executivo revelou que a cifra é recorde e reflete o bom momento vivido pelo cenário de commodities. "Registramos aumento na produção recebida 92 milhões de sacas de grãos e alta nos preços médios dos produtos. Por isso as sobras ficaram 56% acima das do ano passado", disse ele. No caso da soja, a cotação média fixada em contratos de venda da Coamo foi de R$ 42 por saca.
O bônus a ser pago pela cooperativa varia de produto para produto. No caso da soja, o prêmio é de R$ 1,60 por saca. Ou seja, se o produtor deixou uma produção de 10 mil sacas na cooperativa, receberá R$ 16 mil na conta corrente. Já o bônus por saca de milho foi estipulado em R$ 0,50, o de trigo em R$ 0,40 e o de aveia em R$ 0,20. No caso do café em coco, o premio é de R$ 1,80 por saca e o beneficiado, R$ 4,50 por saca.
De acordo com Gallassini, a maior fatia do lucro da cooperativa será abocanhada por um produtor de Mato Grosso do Sul, que vai receber cerca de R$ 1 milhão. No Paraná, o valor máximo será de R$ 600 mil. Os valores são depositados diretamente na conta do cooperado, que fica livre para decidir o que fazer com o dinheiro. "Como está perto da safra, ele escolhe se quer pagar contas, levar o dinheiro ou comprar insumos", afirma o presidente da Coamo, antes de revelar que a inadimplência é muito baixa na cooperativa.
Ao reforçar a campanha da empresa para 2012 "Nós podemos!", em referência à campanha presidencial de Barack Obama (EUA) Gallassini revela que é a meta é receber 100 milhões de sacas de grãos neste ano, contra 92 milhões de 2011. "Para isso, estamos dispostos a buscar produção em qualquer lugar do país."
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