Colheita da cana deve baixar o álcool

Quem está com o tanque do carro cheio pode tentar esticar o combustível ao máximo para abastecer só na semana que vem, quando o preço do álcool e da gasolina deve baixar. A previsão é do Sindicombustíveis-PR, que representa os postos do estado, e da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), entidade que representa os usineiros. "Vai baixar significativamente", diz o presidente da Alcopar, Anísio Tormena.

De acordo com ele, as distribuidoras de combustíveis estão comprando "da mão para a boca", ou seja, somente para a revenda imediata. "Ninguém se arrisca a fazer altos estoques. A partir da próxima semana, a não ser que haja muita chuva, que prejudique o ritmo de produção, há uma tendência forte de queda. É possível que tenhamos um reflexo ainda esta semana", afirma Tormena.

Roberto Fregonese, presidente do Sindicombustíveis-PR, diz que o preço do álcool chegou praticamente ao seu limite. "Está muito alto, com tendência de queda. Estamos começando a moer cana, e acredito que na primeira semana de maio vamos ter uma involução no preço do álcool", tranqüiliza.

Como a gasolina tem 23% de álcool em sua composição, a previsão é de que ela também sofra redução. Se as previsões se confirmarem, a variação da semana que vem vai inverter um movimento de alta nos preços observado desde o final de março. Conforme pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço do álcool em Curitiba saltou de R$ 1,50 no fim do mês passado para R$ 1,673 na semana passada. A gasolina também teve aumento, de R$ 2,263 para R$ 2,376. Na semana passada, o preço médio na capital paranaense apresentou leve redução.

Ainda segundo a pesquisa da ANP, os preços nas distribuidoras também subiram no período. Isso, segundo Roberto Fregonese, seria a explicação para a alta no preço nas bombas. "É sempre a distribuidora. O posto apenas repassa os aumentos", afirma. Embora concorde que o preço do álcool está alto, Fregonese garante que os preços de Curitiba estão entre os mais baixos do país.

Em todo o Brasil, o preço médio do álcool na semana passada foi de R$ 1,68 por litro, segundo a ANP. Na semana anterior, o preço médio era de R$ 1,658. A gasolina também ficou mais cara. A média nacional alcançou R$ 2,534 na semana passada, contra R$ 2,526 entre os dias 8 e 14 de abril.