Ao participar nesta terça-feira (19) do 2º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, no Rio de Janeiro, o diretor executivo para o Brasil do Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Jr., avaliou que a criação do banco de desenvolvimento dos países que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a constituição de um fundo contingente de reservas vão fortalecer mais o grupo na esfera da governança global do que na área econômico-financeira.
Nogueira Batista destacou entretanto que, a partir de agora, a dificuldade dos cinco países do Brics será colocar em funcionamento as novas instituições criadas em Fortaleza."Agora tem o trabalho duro, menos charmoso, de colocar as instituições para funcionar", manifestou. Ele completou que esse trabalho é fundamental para o futuro do Brics.
O economista deixou claro que as iniciativas, formalizadas pelos países emergentes que integram o Brics em Fortaleza, em julho passado, não implicam rompimento com órgãos de fomento internacionais, como o próprio FMI e o Banco Mundial (Bird). "Nenhum desses países do Brics quer romper com Bird ou FMI, mas eles não encontram compreensão suficiente de países como os Estados Unidos quanto às mudanças que ocorreram no mundo", observou.
O banco de desenvolvimento do Brics terá sede em Xangai, na China, e a primeira presidência será exercida por um representante da Índia. O capital inicial autorizado do banco será US$ 100 bilhões e o capital subscrito alcançará US$ 50 bilhões, que serão igualmente distribuídos entre os cinco países que integram o Brics. Os recursos vão financiar projetos de infraestrutura de países em desenvolvimento.
Já o arranjo contingente de reservas, com montante de US$ 100 bilhões, se destina a socorrer os países do bloco como uma linha adicional de defesa, no caso de enfrentarem alguma dificuldade no balanço de pagamentos.
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