Um ensaio publicado em "O Estado de S. Paulo" (Norman Gall, "Ordem e desordem nas escolas", de 17/6) apresenta denúncias e soluções para um problema que apavora a todos: a violência nas escolas.

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Pesquisas realizadas pelo Instituto Fernand Braudel mostram que, num grande número de casos, os alunos dominaram por completo as escolas do ensino fundamental. Com os lamentáveis acontecimentos ocorridos na reitoria da USP, somos tentados a dizer que dominaram lamentavelmente todos os níveis de ensino.

A destruição do equipamento escolar é freqüente: paredes são pichadas, móveis, quebrados, bacias de privadas, arrancadas, e computadores, violados e roubados.

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Professores e diretores estão apavorados. O medo os leva a tolerar agressões verbais e físicas, ofensas sexuais, porte de armas e estouro de bombas caseiras em plena sala de aula. Eles não contam com nenhum apoio quando são ameaçados de morte ou quando seus carros são depredados.

Uma professora de uma escola de Guaianazes (São Paulo), conta Gall, foi assassinada na porta de entrada porque decidiu combater o tráfico de drogas que atingia seus alunos. Ninguém fez nada para protegê-la, e seus parentes, no dia do enterro, ouviram de um policial: "É muito perigoso desafiar os bandidos da droga".

A situação é gravíssima. A escola está sendo desconstruída – essa que é uma das principais instituições para se erguer um país e sustentar a democracia.

Norman Gall lembra que nos Estados Unidos também existe violência escolar. Mas, as autoridades têm mecanismos para combater o problema, reduzindo-o ao mínimo.

Ninguém nega que a violência é reflexo de problemas sociais complexos. Entretanto, medidas específicas podem ajudar a manter a escola como um lugar agradável para ensinar e aprender. É muito importante ter códigos de conduta para todos os que estão na escola; montar grupos compostos por policiais e educadores para garantir a segurança com inteligência; envolver os pais no trato do problema; assistir os estudantes mais perigosos; e aplicar penalidades.

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Por trás de todas as medidas, há que se proteger os professores e atualizá-los não só sobre a matéria que ensinam mas, sobretudo, sobre como agir na aplicação de um código de ética rigoroso. Os direitos humanos dos desordeiros não podem prevalecer sobre os direitos humanos dos mestres e dos alunos que querem aprender.

Em suma, professores e diretores precisam ser muito bem preparados e amparados. É com isso que vamos resolver o problema. Não podemos jamais esmorecer.

Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.

antonio.ermirio@antonioermirio.com.br