O governo não precisava criar mais uma razão para desestabilizar o país, mas criou. Diante da baixa popularidade e de uma recessão mais longa e profunda do que o previsto, foi ressuscitado o conceito da “nova matriz econômica”. É a tese de que o governo precisa estimular a economia, dar subsídios e baixar os juros de qualquer jeito para que o crescimento econômica resolva todo o resto.
A única razão para a volta da tal nova matriz não ser consenso no governo é que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem uma convicção diferente. Para ele, o Brasil precisa demonstrar claramente que vai fazer o esforço necessário para sua dívida parar de crescer, mantendo o grau de investimento e recuperando a confiança das empresas e dos consumidores. Isso leva tempo, ainda mais em um país abalado pelas denúncias da Lava Jato e por uma crise política que deixou a presidente esvaziada de qualquer liderança.
Há muita incoerência no que o governo fez na área econômica nas últimas semanas. Os bancos públicos foram de novo acionados para socorrer setores escolhidos a dedo e a meta de superávit foi abandonada como se essa fosse uma solução para a crise. O país precisa de mais. A economia só voltará a crescer quando a inflação cair e o Banco Central puder baixar os juros. O déficit público crescente vai na direção contrária desse movimento, algo básico que é ignorado pela “nova matriz”.
O país tem poucos dias para escolher o lado certo para recuperar a economia e encarar de frente os custos de um ajuste fiscal crível, rápido e capaz de tornar o Estado mais eficiente. Dói, mas é o que vai abrir espaço para a queda dos juros e a retomada da confiança.
Alçapão
“Quando nos aproximamos do fundo, eis que surge um alçapão.” É assim que a consultoria Rosenberg & Associados descreve o desempenho da economia em seu relatório analisando os dados sobre produção industrial. Para os consultores, o terceiro trimestre não poderia ter começado de forma pior. E o ciclo de baixa da indústria se alastrou para todos os segmentos, de forma indiscriminada, observam os economistas que assinam o relatório.
Banco Sistema
Ao comprar a massa falida do paranaense Bamerindus, o BTG Pactual estava de olho em créditos tributários que poderiam aumentar sua rentabilidade. Não deu outra. No primeiro semestre deste ano, a instituição, renomeada de Banco Sistema, teve um lucro de R$ 488 milhões. mais do que o dobro dos R$ 131 milhões do ano passado, quando ainda estava sob intervenção. Ao comprar o banco, o BTG injetou capital e os ativos saltaram de R$ 4 bilhões para R$ 8 bilhões. A ironia é que o lucro no primeiro semestre do que era a massa falida foi dez vezes maior do que o do HSBC no Brasil, que comprou a parte “boa” do Bamerindus logo após a intervenção, em 1997.
Agência de Fomento
A Agência de Fomento do Paraná conseguiu cortar custos e melhorar seu resultado no primeiro semestre deste ano. Foram R$ 41,5 milhões de lucro no período, contra R$ 35,4 milhões no mesmo período de 2014. Foi o melhor resultado semestral desde os primeiros seis meses de 2012. O destaque do balanço da instituição foi a queda nas despesas operacionais, que passaram de R$ 27,5 milhões em 2014 para R$ 24,8 milhões neste ano. A carteira de crédito chegou a R$ 860 milhões, com uma alta modesta diante dos R$ 853 milhões do segundo semestre do ano passado.
Fit Cookies
A marca curitibana de alimentos voltados para um estilo de vida saudável Fit Cookies vai abrir sua sexta loja, chegando agora ao Rio de Janeiro. A empresa já tem lojas em Curitiba, duas em São Paulo, Fortaleza e Manaus, e seus produtos são vendidos em mais de 90 lojas multimarcas. A unidade carioca será inaugurada em outubro.