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Atrasos da guerra fiscal

O governo federal tem demonstrado interesse em fazer andar a negociação entre estados para mudar a lógica da cobrança do ICMS e restringir a guerra fiscal. O ideal é que o imposto seja cobrado onde ocorre o consumo, com tarifas interestaduais mais baixas. O ganho de competitividade para a economia pode ser enorme com a elevação das trocas entre estados e escolhas dos agentes econômicos pautadas por argumentos que vão além do imposto estadual.

Se a negociação evoluir, há uma má notícia para os governos estaduais. Eles terão de pensar o desenvolvimento econômico fora da fronteira do ICMS. Hoje, a maioria dos programas de desenvolvimento são conduzidos pela atração de empresas com incentivos fiscais. É uma distorção desnecessária do ponto de vista macro (não muda de forma significativa a taxa geral de investimento no país) e que não serve como atalho para o primeiro mundo.

Muita gente pode argumentar que foram os benefícios que trouxeram as montadoras para o Paraná e que elas mudaram a paisagem econômica do estado. O ponto aqui é que as empresas poderiam ter escolhido o estado da mesma forma se o ICMS não fosse um fator na tomada de decisão (além do imposto, havia aqui capacidade de treinamento de mão de obra, áreas com boa logística e a proximidade de grandes mercados).

No lugar dos incentivos, as empresas procurariam o melhor ambiente de negócios, a melhor educação, a melhor logística, pelo menor custo. É um cenário que dá mais trabalho, exige progresso consistente na gestão dos estados e municípios, modernização da legislação em diversas áreas, entre outras ações que demoram para dar frutos e muitas vezes não rendem fotos imediatas como aquelas assinaturas de protocolos de intenções.

E o Paraná?

Existem boas iniciativas no Paraná para temperar o debate sobre desenvolvimento. Os arranjos produtivos locais e as incubadoras públicas e privadas são exemplos de que há caminhos para aumentar a “densidade” da produção do estado. Mas é preciso liderança para criar um ambiente que não penalize o empreendedor, em que o peso da má gestão pública não seja transferido para o setor privado.

Dívidas

Não é só o governo do Paraná que está com pagamentos atrasados a fornecedores, mas uma empresa da área de saúde que conversou com a coluna e vende para todo o país diz que a situação aqui a situação é pior. Como os volumes vendidos ao governo são grandes, a perspectiva é receber pagamentos de produtos entregues no ano passado até o fim de 2015. No caso desta companhia, o desfalque no caixa é gerenciável porque o setor privado responde por metade das vendas.

Cidade Canção

O ranking de faturamento das redes de supermercados elaborado pela Abras mostrou o salto dado pela rede maringaense Cidade Canção. Ela era a 24ª maior do país em 2013. No ano passado, pulou para a 20ª colocação, com faturamento de R$ 1,5 bilhão. Ela tem boas chances de continuar subindo, já que nas seis posições acima dela estão redes com menos de R$ 2 bilhões de faturamento. Contribuiu para o salto no ranking a aquisição da rede paulista Amigão, na metade do ano passado.Foram dez lojas incorporadas pela empresa de Maringá.

Demissões

Sinal dos tempos: um anúncio de uma empresa de gestão de recursos humanos traz a frase “Sua empresa está demitindo?” como chamariz para novos clientes. O serviço oferecido é daqueles que crescem durante as crises, a recolocação de funcionários mandados embora.

Setcepar

O Setcepar, sindicato que representa o setor de transportes no Paraná, traz no próximo dia 15 o jornalista Carlos Alberto Sardenberg para conversar com empresários da área. Ele vai participar de um debate sobre o atual momento da economia e caminhos para as empresas continuarem saudáveis, mesmo com a crise.

Stone

O mercado de pagamentos eletrônicos em Curitiba ganha mais um competidor. A Stone, que concorre no segmento dominado pelas gigantes Cielo e Rede, está entrando na cidade, onde já cadastrou 100 estabelecimentos comerciais. A meta para o ano é ousada: cadastrar 20% dos pontos comerciais das áreas de interesse da empresa – supermercados, farmácias, postos de gasolina e lojas de roupas.

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