O governo federal mais uma vez preparou o cenário para encenar sua revisão da meta fiscal. Adiou o anúncio nos cortes do orçamento, à espera de mais dados da arrecadação e de novas medidas de ajuste. Como se a reforma da Previdência fosse sair até o fim do mês.
Pelo terceiro ano seguido o país terá um déficit primário, fazendo com que as projeções para a dívida pública passem de 80% do PIB em 2018. É a maior dívida de países emergentes comparáveis ao Brasil. Nas próximas semanas chegam os dados finais de arrecadação que devem mostrar que ela continua em queda. Os cortes nos gastos não acompanham esse ritmo e, assim, a meta de superávit de 0,5% do PIB para o ano terá de ser revista. Isso antes de o governo anunciar os cortes.
A economia brasileira está presa em uma armadilha difícil de desarmar. O déficit público causou inflação alta, cortou investimentos públicos e afetou a confiança na economia, criando um ciclo recessivo nunca visto na história do país. A recessão reduz a arrecadação e complica o conserto das contas públicas, estendendo a crise para um prazo difícil de prever.
Em vez de um ajuste duro e rápido, o governo encurralado politicamente conseguiu apenas algumas concessões no Congresso, insuficientes para demonstrar que o problema do crescimento da dívida será solucionado. O mais grave é que a agenda pública não inclui mais neste momento uma ação incisiva contra o déficit. O Planalto parece convencido de que tudo se resolverá quando o crescimento da economia voltar.
As projeções já mostram que o PIB não vai parar de cair antes de 2017. Se o ajuste for empurrado mais um ano, podemos ver alguma melhora só em 2018, depois de o desemprego conter sozinho a inflação.
Em alta
A taxa de juros para pessoas físicas subiu pelo 16º mês consecutivo, segundo a Anefac. A média em janeiro chegou a 7,67% ao mês – no cartão de crédito, ela já passou dos 400% ao ano.
Em baixa
O medo de uma crise financeira bateu em cheio nos bancões do mundo rico. Os investidores estão desconfiados de que haverá perdas em empréstimos feitos a empresas do setor petrolífero.
Taxas negativas
Os mercados financeiros estão assustados e as taxas negativas de juros (veja gráfico abaixo) impostas por alguns bancos centrais não estão ajudando muito. O grande problema desse tipo de medida é que ela impõe um custo ao setor financeiro que pode levar à redução dos empréstimos, e não à criação de crédito. Os BCs estão contra a parede.
Leyard
A produtora chinesa de painéis de LED Leyard já investiu R$ 5,6 milhões em sua operação brasileira, instalada em 2014 em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A subsidiária, além de representar a marca, já começa a montar os painéis para atender o aumento das vendas – a expectativa é crescer 170% neste ano.
Sicredi
A central Sicredi PR/SP/RJ inaugura nas próximas semanas mais uma agência em São Paulo. Será a unidade da Avenida Paulista, um marco dentro na expansão da cooperativa, que já tem 110 agências no estado de São Paulo.Na sexta-feira (12), o Sicredi abriu sua agência na Comendador Araújo, em Curitiba. Com 900 m2, ela atenderá 4 mil cooperados.
Varejo
Um evento na terça-feira (16) vai discutir as novidades da Retail’s Big Show, maior evento da área de varejo, realizado em janeiro, em Nova York. O debate, organizado pelo Grupo OM e a BTR&Varese, será na Universidade Positivo.
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