A reunião do Conselhão na última semana pode ser comparada a uma dança da chuva ao contrário, em que fizeram uma roda para ver se a tempestade passa. O governo continuou a cantoria sobre como vai dar crédito ao crescimento e os convidados dançaram junto para ver se, com isso, o humor melhora e o país sai do atoleiro.
O crédito “extra” do governo não muda a perspectiva de crescimento para o ano. Se, como diz o ministro Nelson Barbosa, o dinheiro já está no sistema, a conclusão óbvia é a de que poucos querem crédito. O país enfrenta uma combinação de recessão profunda com inflação alta, temperada por um impasse político que é paralisante. Os investimentos esperam enquanto não se sabe quem será presidente do país daqui dois meses e a inflação daqui um ano.
Como de costume, o governo precisava mostrar um número no palco do Conselhão. No ano passado, fez o mesmo com seu plano de logística (o PIL), que por ora teve apenas uma licitação. Ritmo que passa longe da urgência do país.
Mais crédito não resolve porque não há confiança na economia. Empresas e consumidores estão assustados com o risco do desemprego, da inflação alta e dos juros elevados. Nada disso se soluciona com empréstimo subsidiado do BNDES ou do FGTS. O debate de verdade sobre o futuro da economia começa quando o Congresso começar a votar as medidas de ajuste que ainda estão pendentes.
Em alta
A rede de fast food apostou as fichas em seu café da manhã e conseguiu elevar as vendas em mais de 5% no quarto trimestre, o melhor resultado em 4 anos.
Em baixa
As chuvas deste verão permitiram ao governo rever os valores das bandeiras tarifárias. A redução na conta de luz será de 3%.
Gazin
Refletindo a retração no setor, a rede varejista Gazin fechou o ano passado com o faturamento igual ao de 2014, de R$ 3,1 bilhões – a meta inicialmente era crescer 10%. A empresa ainda manteve a estratégia de ampliar o número de pontos de venda, com 16 lojas inauguradas. O impacto maior da crise sobre a empresa foi na área de atacado, que perdeu 7% da receita –esse setor atua no fornecimento para outros varejistas no Sul e Sudeste do país.
Tecpar
O Tecpar ficou mais perto de produzir o medicamento contra câncer bevacizumabe. A fábrica de sua parceira russa, a Biocad, foi certificada pela Anvisa. É essa tecnologia que será transferida para o Tecpar montar sua linha de produção em Maringá. A expectativa é que o medicamento seja colocado no mercado em 2018 através de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) autorizada pelo Ministério da Saúde.
La Violetera
A empresa de alimentos La Violetera decidiu terceirizar sua área de movimentação e armazenagem. A tarefa foi assumida pela Comfrio Stock Tech, que tem sede em Pinhais. Com isso, houve um ganho de 45% na produtividade do sistema de distribuição da empresa, que já movimenta 250 mil volumes por mês. A terceirização é um primeiro passo para que a La Violetera se concentre em um plano de investimentos para aumentar sua linha de produção, previsto para ser completado até 2018.
Bematech
Na última semana, a Bematech anunciou mudanças no primeiro escalão. Cleber Pereira de Marais deixou a presidência da companhia e será substituído por Eros Alexandre Jantsch, que acumulará as funções de diretor-presidente e diretor vice-presidente executivo. Jantsch entrou na Bematech em 1993. A troca faz parte do processo de integração da Bematech à Totvs, após a aquisição da empresa paranaense no ano passado.
Faculdade Inspirar
A curitibana Faculdade Inspirar encontrou no sistema de franquias uma forma de ampliar sua área de atuação. A empresa começou o ano com 16 unidades franqueadas e outras quatro em processo de implantação. Especializada em cursos de pós-graduação na área de saúde, a Inspirar já tem 3 mil alunos espalhados em 12 estados – somente três unidades são no Paraná. A meta da faculdade é chegar a 5 mil alunos em 2017.
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