Não passaram despercebidas do mercado as várias declarações de membros da equipe econômica sobre inflação na última semana. A mais clara delas foi na sexta-feira, quando o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse querer o IPCA em 4,5% no fim de 2016. Essa é hoje a questão mais importante da economia, apesar do destaque dado ao ajuste fiscal e aos efeitos da operação Lava Jato.

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Ao declarar que quer a inflação na meta no fim do ano que vem, o BC estabelece quando os juros começarão a cair. A taxa vai subir o necessário, até quando for preciso, para que a inflação esteja na meta no fim do ano que vem. O aperto monetário ocorrerá apesar da atividade econômica fraca, ou seja, o BC não está disposto a tolerar um índice de preços mais alto para não sacrificar a atividade econômica.

Nesse cenário, o ajuste fiscal é só uma ferramenta de apoio ao BC. Se for frouxo, teremos juros mais altos por mais tempo. Se for bem-sucedido, os juros começam a cair e a economia se recuperará mais cedo. É nessa segunda possibilidade que a equipe econômica aposta. Ela quer concentrar os ajustes de preços neste ano e limpar o caminho para inflação na meta e juros mais baixos no ano que vem.

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Não existe hoje no cenário outro caminho para a retomada da economia. Nem as exportações, nem o pacote de concessões terão um efeito mais rápido ou abrangente do que a queda nas taxas de juros. Parece que uma parte grande do Congresso não entende a relação entre o ajuste fiscal e a retomada da economia. O custo de não arrumar a economia será levar para o ano que vem uma recessão que poderia acabar no segundo semestre deste ano.

Subsídios

EM ALTA

Impostos

O corte no orçamento foi acompanhado de uma elevação nos impostos. O alvo da vez foram os bancos. E não será o último ajuste. O governo já deu sinais de que mais impostos devem subir.

EM BAIXA

Confiança

A prévia de maio do indicador de confiança da indústria da FGV mostra que o setor ainda não saiu da crise. Foi o menor dado da série iniciada em 2005: 72,3 pontos, bem abaixo da média história de 100,1 pontos.

Os economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) Benedict Clements e Vitor Gaspar fizeram um estudo em que calculam que governos ao redor do mundo direcionem 6,5% do PIB global para subsídios ao setor de energia. O custo, de US$ 5,3 bilhões, leva em conta subsídios diretos (diferença entre o preço real e o pago pelo consumidor) e efeitos adversos do uso de energia de fontes poluentes. A maior parte do valor se refere a danos ambientais e a efeitos negativos do aquecimento global. A perda é mais do que se gasta globalmente em saúde pública.

Sanepar

O reajuste no preço da energia elétrica “mordeu” a rentabilidade da Sanepar. No primeiro trimestre deste ano, a receita total da empresa cresceu 3,8%, na comparação com o mesmo período de 2014, chegando a R$ 715 milhões. O lucro líquido caiu 27,8%, de R$ 119,3 milhões para R$ 86,1 milhões. O balanço da companhia destaca que grande parte da queda é explicada pela energia mais cara: o gasto com o insumo cresceu 52%, ou R$ 24 milhões.

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Sicredi

A cooperativa de crédito Sicredi fez as contas e chegou à conclusão de que é a única instituição financeira com posto de atendimento em 25% das cidades onde opera. O sistema Sicredi está em 1.022 municípios, sendo que é a única instituição bancária em 206 cidades. Quase metade dos municípios atendidos pelo Sicredi tem menos de 10 mil habitantes. A cooperativa tem operações em 11 estados, incluindo o Paraná.

Paranaguá

Um estudo do IPEA sobre infraestrutura portuária mostra que o Porto de Paranaguá recuperou participação no mercado paranaense. O levantamento mostra que a participação de Paranaguá nas movimentações do estado foi de 76% no período 2000-2002. Esse porcentual caiu até atingir 69,6% no período 2006-2008. Nos quatro anos seguintes (2009-2012), o terminal recuperou mercado e respondeu por 75,4% das movimentações de cargas de exportadores e importadores no estado.