O Brasil é o único país do mundo que já propôs leis mais flexíveis para sua previdência em meio a um ajuste fiscal. A regra com progressão proposta pelo governo é menos ruim do que a aprovada pelo Congresso. Mas é assustador o fato de ter se feito uma conta enviesada, em que se mostra a economia que será feita com a regra proposta pela medida provisória em comparação com a que foi vetada por Dilma. E em relação ao fator previdenciário?
Essa outra conta está sendo feita por economistas que acompanham as contas públicas. Um dos números apresentados é que o custo da Previdência será 30% maior, em 2050, com a regra 90/100, que entraria em vigor em 2022, do que com o fator. Você pode achar que 2050 está muito longe. E esse é o problema. Estamos hoje criando uma conta que terá de ser paga pelas gerações futuras e não levamos em consideração o fato de ela será impagável – o que na prática levará a um corte dos benefícios no futuro.
Mesmo com o fator previdenciário, nosso sistema é um dos mais flexíveis do mundo. Um dos poucos sem idade mínima. Aqui, a aposentadoria ocorre, em média, aos 55 anos. Nos Estados Unidos é aos 66 anos. Na maioria dos países europeus, é acima dos 60 anos. Usamos a aposentadoria para corrigir outros problemas, como a desigualdade no acesso ao ensino técnico e superior (que leva ao argumento de que as pessoas mais pobres trabalham mais anos porque deixam a escola mais cedo), ou os baixos salários para os mais velhos (que se aposentam para continuar trabalhando).
Da forma com que o Congresso encara o tema, é provável que a MP seja alterada para pior. Os governos que virão terão o desafio de lidar com um déficit crescente na Previdência, uma população economicamente ativa que declina de forma precoce e um ambiente político avesso a mudanças nessa área.
Ouro Verde
A crise é real, mas isso não significa que é sinônimo de prejuízo. É mais ou menos essa a mensagem da Ouro Verde, empresa de locação de veículos e máquinas com sede em Curitiba, em seu balanço do primeiro trimestre. A receita líquida cresceu 28,3% nos primeiros três meses, na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 208 milhões. O lucro cresceu 45%, para R$ 270 mil na mesma comparação. O investimento da empresa, no entanto, caiu de R$ 220 milhões para R$ 180 milhões.
HSBC
Os maus resultados do HSBC no Brasil, que levaram a unidade a ser colocada à venda, fizeram com que ela também tivesse seu rating rebaixado na última semana pela agência Standard&Poor’s. Foram sete notas revisadas, sendo três referentes a títulos emitidos pelo banco no mercado internacional. O rating para dívidas em moeda local, por exemplo, passou de A-3 para B (em outros termos, passou do conceito de “proteção adequada” para “vulnerável”). Os débitos em moeda local de curto prazo passaram de BBB- para BB+, entrando na zona de rating especulativo.
Inflação
Apesar dos números ruins da inflação em maio, já há gente no mercado refazendo as projeções para 2016. Alguns bancos já começam a prever uma queda mais acentuada do IPCA no ano que vem devido à recessão profunda, que pode comer até 2% do PIB neste ano. O problema é que mesmo eles não acreditam ainda em um índice no centro da meta de 4,5% como a equipe do Banco Central declara querer. O aperto deve continuar.
Azuki
Depois do Tempero de Minas, é a vez do Azuki, restaurante japonês que também é propriedade do técnico de futebol Levir Culpi, anunciar que vai lançar franquias. O Azuki foi aberto em 2009 com o sistema de kaiten sushi, em que os pratos passam em uma esteira na qual os clientes podem se servir. O primeiro restaurante franqueado deve ser aberto no fim deste ano – o investimento previsto por unidade é de R$ 900 mil a R$ 1 milhão. O modelo será levado a possíveis investidores na ABF Expo Franchising, feira da área que será realizada em julho.