A calmaria das últimas semanas nos mercados internacionais abriu uma janela de oportunidade que o Brasil pode estar perdendo. Imerso na discussão do impeachment, o país deixou para o futuro ajustes que poderão vir em uma hora pior.
INFOGRÁFICO: Entenda o comportamento do consumidor.
O mundo não é um lugar seguro. Há, nos Estados Unidos, chance real de vitória do populista imprevisível Donald Trump. Lá também, os juros podem voltar a subir em breve. Na Europa, um referendo pode fazer o Reino Unido sair da União Europeia, em um processo inédito no bloco. Na China, a desaceleração da economia continua e hoje ninguém sabe o real estado de seu setor financeiro.
Essas são variáveis que ainda não estão nos preços dos ativos e que podem trazer surpresas ainda neste ano. Enquanto isso, o Brasil trabalha hoje com uma proposta confusa de reforma fiscal enviada pelo ministro Nelson Barbosa – que desistiu de novas medidas por causa da crise política. Muita gente desconfia que o projeto mexe no termômetro, e não na febre.
O país precisa de um plano de voo com duas respostas: como reduzir o déficit fiscal nos próximos anos e como aumentar a competitividade da economia. Se a crise política não se resolver logo, perderemos a oportunidade de fazer isso sem problemas externos.
Em alta
A tese de que o impeachment será inevitável ganhou força na semana passada e fez a bolsa voltar aos 50 mil pontos. Segundo a consultoria Eurasia Group, faltam somente entre 20 e 40 votos para aprovar o impeachment.
Em baixa
A divulgação dos Panama Papers foi mais um golpe sobre os paraísos fiscais, que já vinham sofrendo com acordos internacionais que exigem maior transparência no fluxo internacional de divisas.
Volkswagen
A unidade da Volkswagen em São José dos Pinhais começou a exportar eixos traseiros para a unidade da companhia em Pacheco, na Argentina. É a primeira exportação de componentes que saem da fábrica paranaense. Neste ano, devem ser enviados 25 mil eixos para o mercado argentino, em um movimento de diversificação de embarques que inclui outros componentes, como blocos de motores produzidos em São Carlos (SP) mandados para fábricas na Alemanha.
Cataratas
A Cataratas do Iguaçu SA chegou no ano passado a um faturamento de R$ 109,5 milhões, uma alta de quase 12% na comparação com 2014. O lucro da empresa, que tem a concessão para exploração turística do Parque Nacional do Iguaçu e do Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha, também cresceu, passando de R$ 10,6 milhões para R$ 11,4 milhões. No ano passado, a empresa assumiu também a gestão do Espaço das Américas, no Marco das Três Fronteiras, em Foz do Iguaçu.
Sepac
A fabricante de guardanapos e papel higiênico Sepac chega otimista à Mercosuper – tradicional feira supermercadista que começa na terça-feira (12) no ExpoTrade. A empresa quer aumentar suas vendas no Paraná em 15%, indo contra a retração de consumo no mercado. A Sepac é dona das marcas Duetto, Paloma e Maxim.
Aker
A fabricante de equipamentos para a indústria do petróleo Aker Solutions inaugura sua nova fábrica, em São José dos Pinhais, no dia 19. A unidade vai substituir a fábrica da CIC, que existe desde a década de 70 e será desativada. O investimento foi de R$ 258 milhões.