Em alta
Ricos
O relatório do Credit Suisse sobre desigualdade mostra que os 10% mais ricos acumularam mais riqueza que a média nos últimos 7 anos. No Brasil, essa faixa da população tem 73,3% da riqueza.
Em baixa
Varejo
As vendas do varejo caíram 1,1% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Não bastasse isso, a CNC registrou queda na intenção de compras em outubro.
O governo que assumir em janeiro terá a missão de fazer um grande corte no orçamento federal, como sempre inflado em dezenas de bilhões de reais. É uma condição para que a falta de um ajuste macro não leve a uma deterioração ainda maior do potencial de longo prazo do país. Não ultrapassamos ainda a fase dos orçamentos fantasiosos e das manobras para fazer as contas fecharem no fim do mês, algo que nem deveria ser assunto para debate. O corte virá, por certo, ganhe quem ganhar, maior ou menor.
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O Brasil não precisa mais de uma grande tacada para encontrar seu caminho, como precisava no tempo da hiperinflação. Temos uma moeda estável e potencial para convencer investidores de que vale a pena apostar no nosso mercado. O problema está nos detalhes da gestão macro e nas pequenas reformas que precisam ser feitas com urgência. A falta de confiabilidade e transparência no orçamento público é um detalhe de gestão que pode ser corrigido com honestidade gerencial.
A transparência no orçamento e outros ajustes macro, no entanto, não são suficientes para garantir o desenvolvimento de longo prazo. Pequenas reformas podem reduzir a burocracia de quem investe, aumentar a confiança de quem assina contratos e melhorar o acesso ao crédito. O corte para corrigir as contas do país não é suficiente para que haja avanço, mas é necessário para que outros ajustes tenham efeito no longo prazo. E, pensando bem, a parte fácil será anunciar quanto o governo tirará do orçamento. Mais difícil é fazer as escolhas certas no micro: políticas setoriais, leis que precisam de aprovação no Congresso, melhorias de efeito invisível no curto prazo.
Petrobras
O preço do petróleo no mercado internacional continua em queda e isso vai mexer com a Petrobras. Há um lado bom. Segundo relatório do Credit Suisse, o preço da gasolina no mercado internacional já está menor do que o praticado pela estatal no mercado interno. Isso quer dizer que a sangria no caixa da empresa por causa do preço artificial do combustível deixa de existir. O problema é que, com isso, o governo tem um incentivo menor de liberar mais um aumento nos preços e permitir um fôlego financeiro maior à empresa.
Há também uma má notícia. A Petrobras elevou a produção no pré-sal, onde os custos são mais altos. Com a queda no preço do óleo bruto, a empresa perde a chance de lucrar com a produção maior. Todo o investimento feito terá um retorno menor do que antes. E os sauditas já avisaram que não vão fazer nada para parar a queda nas cotações da commodity. Motivo? Querem reduzir a competitividade de campos de extração mais caros, como o pré-sal.
Energia
O governo federal decidiu dar uma canetada para amenizar a crise do setor de energia elétrica: vai reduzir o valor máximo que será pago pela energia gerada para compensar as distribuidoras que não tiverem contratos de fornecimento no ano que vem. O máximo hoje é de R$ 822 o MWh e será reduzido para R$ 388. Só que o preço é alto porque as termélétricas precisam ser acionadas e elas têm custo médio de geração acima de R$ 500. Não ficou claro como será feita a mágica caso não chova.
Sanepar
A direção da Sanepar decidiu fazer uma captação de R$ 100 milhões através de notas promissórias com vencimento de um ano. A emissão será colocada para investidores qualificados e com valor unitário de R$ 1 milhão. A companhia justifica que os recursos serão usados para o reforço do capital de giro da empresa. A oferta é de uma taxa de 107% do DI, ou seja, 7% acima da taxa dos depósitos interbancários, que costumam ficar um pouco acima da Selic.
Tecpar
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) deu mais um passo para ampliar sua atuação na área de medicamentos. Ele assinou uma parceria com a empresa russa Biocad e a brasileira Blanver para formar uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo. O acordo prevê a colaboração para a produção de medicamentos comprados pelo Ministério da Saúde e deve permitir a transferência de tecnologia para o Brasil. As PDPs atendem a demandas definidas pelo próprio ministério e têm como objetivo reduzir a vulnerabilidade tecnológica do SUS.
Platinox
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