As medidas para aumentar o crédito anunciadas na semana passada vieram em um momento estranho. O Banco Central ainda cuida da inflação alta e sabemos que ela não vai cair antes de chegarem os repasses dos preços dos combustíveis e da energia. Assim, seria o momento de se esperar menos crédito e não mais financiamentos para a compra de carros e casas.
O governo misturou microrreformas com política monetária e isso parece um erro, pelo menos por ora. Reformas para agilizar a liberação de crédito habitacional e para a recuperação de carros pelos bancos seriam bem-vindas a qualquer momento. O brasileiro sofre com a insensata necessidade de ir a três ou quatro cartórios para conseguir o financiamento. Se o sistema centralizado funcionar, todos agradecem. A dificuldade para a recuperação de bens financiados é um fator que aumenta o custo do crédito, já que os bancos precisam esperar até dois anos para retomar um bem cujas parcelas estão vencidas.
As medidas que incentivam o crédito através da injeção de liquidez no mercado, no entanto, parecem deslocadas da realidade. As taxas de juros subiram em uma reação ao aumento da taxa básica pelo Banco Central. Se há menos demanda por crédito, ela foi em parte causada pelo BC. Pode ser que o governo esteja confuso a respeito da origem da inflação, imaginando que ela não teve relação com o consumo alto, de governo e famílias, dos últimos anos. Inflação é provocada pelo volume de dinheiro circulando no mercado, bem ou mal gasto. Colocar mais recursos no sistema financeiro não vai ajudar.
Lactec
Os Institutos Lactec foram uma das dez instituições escolhidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) para ser uma parceira em projetos de inovação. A Embrapii tem R$ 260 milhões para investir em seus projetos, que têm como objetivo apresentar soluções inovadoras para a indústria. O Lactec foi a única organização do estado na lista.
Renault
A Renault instalou um posto de abastecimento para carros elétricos em sua fábrica, em São José dos Pinhais. Ele recebe energia de um painel solar de 132 m² e pode abastecer até dois carros simultaneamente. Essa é mais uma iniciativa da empresa para demonstrar a viabilidade da tecnologia do carro elétrico. Além disso, a aliança Renault-Nissan vem vendendo algumas unidades de veículos elétricos, principalmente para órgãos públicos e concessionárias de energia.
Bons ventos
O Brasil teve uma onda invejável de crescimento entre 2004 e 2008, de 4,8% ao ano, em média. A tese central do sucesso envolve um bom cenário externo com expansão do mercado consumidor interno. A primeira parte da tese foi testada pelos economistas do Itaú em um paper publicado na semana passada. Eles confirmam que o aumento de preços no mercado internacional favoreceu o Brasil e elevou a arrecadação do governo, que aproveitou o momento para gastar mais.
A correlação entre preços internacionais e arrecadação é interessante porque mostra como o governo se apropria dos ganhos proporcionados pelo cenário externo. No pós-crise de 2008, quando a tendência de alta dos preços das exportações acabou, os gastos talvez devessem ter caído prevendo uma acomodação da receita (conclusão, é importante dizer, que não está no trabalho do Itaú).
Damodaran
O professor de finanças corporativas da New York University Aswath Damodaran vai dar uma palestra na quarta-feira, dia 27, na Universidade Positivo. Ele é um dos mais importantes estudiosos da área de avaliação de empresas no mundo e foi convidado em uma parceria da UP com a JMalucelli Investimentos. As informações sobre a palestra estão no site http://damodaran.up.com.br/.
Radix
A empresa de software Radix abriu seu segundo escritório no Paraná, em Foz do Iguaçu. Ela está ocupando um espaço no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), após ter fechado um projeto de treinamento avançado em automação junto com a Itaipu Binacional. A ideia é criar uma espécie de "Wikipedia" de manuais para treinamento.
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