O governador Beto Richa quis ter um "momento Margaret Thatcher", mas não funcionou. É preciso mais do que a vontade de contrariar o funcionalismo público e os sindicatos para se tornar um estadista de fato. Líderes democráticos contrariam interesses de grupos em nome de um projeto que entendem ser importante para a comunidade, mas o fazem com legitimidade.
A comparação com Thatcher é válida porque ela foi eleita prometendo quebrar sindicatos, privatizar empresas e tirar o Estado do caminho de empreendedores e do mercado financeiro. Você pode não gostar dessas ideias, mas uma eleição serve justamente para apoiar ou descartar um discurso. A campanha de reeleição do governador Beto Richa tinha duas retóricas: o governo federal atrapalhou ao não liberar empréstimos; agora a "casa está arrumada" para um excelente segundo governo. Duas falácias.
Não se falou na campanha, ainda tão recente, que a previdência do estado está quebrada, que o estado está com déficit e que há privilégios para se cortar (e eles certamente não se concentram no magistério). O eleitor tinha o direito de eleger um governo para lidar com essas questões. Mas o debate, também por culpa da oposição, não foi suficiente para isso. O mesmo ocorreu na eleição federal. A diferença entre o governo federal e o estadual, no fundo, é que as medidas provisórias são mais fáceis de editar do que executar o tratoraço, como se viu nos últimos dias.
Governos sucessivos no Paraná acharam melhor deixar de lado a previdência estadual e manter anacronismos na relação com o funcionalismo. Foi a escolha política normal, olhando para o curto prazo. Como diz o atual secretário da Fazenda, para que o estado vai pagar um fundo para o futuro, quando precisa quitar as contas do mês? A conta sempre fica com as gerações futuras.
Neodent
A curitibana, Neodent, especializada na fabricação de implantes e outros materiais para o setor odontológico, está estruturando sua internacionalização na América do Sul. A empresa anunciou a abertura de uma sede em Bogotá, na Colômbia, que será responsável pela operação no país caribenho, além de Equador, Peru e Venezuela. A filial começará a funcionar em agosto e será um modelo a ser copiado nas unidades a serem criadas na Argentina, que cuidará dos mercados do Uruguai e Chile, e no México, que será responsável pela América Central.
Coamo
A receita da Coamo, cooperativa com sede em Campo Mourão, cresceu 5% no ano passado, quando atingiu a marca de R$ 8,2 bilhões. Com a melhora nos resultados financeiros, a cooperativa conseguiu um incremento maior, de 24%, em suas sobras (como é descrito o lucro no balanço das cooperativas). Foram R$ 647 milhões de sobras líquidas, dos quais R$ 258 milhões serão distribuídos aos cooperativados.
Ouro Verde
A locadora de veículos e máquinas Ouro Verde comunicou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que desistiu de fazer uma oferta pública de ações. O registro da oferta havia sido feito em outubro de 2014 e incluía um lançamento inicial (que capta novos recursos para a companhia) e outro secundário (em que acionistas vendem uma parcela de suas ações). A Ouro Verde creditou a desistência às "condições econômicas desfavoráveis". Essa foi a segunda vez em que a companhia cancelou um registro de oferta pública. A primeira tentativa foi em 2013 e também bateu na trave por causa da crise na economia.
Energia
Um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) calculou o prejuízo provocado pelo atraso em obras de geração de energia elétrica no país: R$ 65 bilhões. São levados em conta os custos do atraso em si, e da reposição da energia por parte das geradoras (que precisam comprá-la no mercado à vista, mais caro neste momento, para entregar a seus clientes). Questões como projetos ruins, demora no licenciamento ambiental e erros de execução estão por trás dos atrasos com custos bilionários.
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