O surgimento de empresas para organizar a produção foi uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento do capitalismo. As corporações são uma invenção que, por ironia, lembram muito a ordem centralizada das economias socialistas, com a diferença de estarem inseridas em uma construção social na qual têm compromissos legais. Casos como o dos testes maquiados pela Volkswagen e a possível compra de uma medida provisória no Brasil nos lembram que esses compromissos são facilmente esquecidos.
Economias saudáveis dependem do bom funcionamento de suas empresas. Em geral, elas trabalham dentro da lógica que fez o capitalismo florescer: trocas em um mercado aberto em que as duas partes saem ganhando. Quando isso parece exceção, há algo de errado. A compra de facilidades no governo ou em estatais como a Petrobras fecham o mercado, fazem com que ele seja diferente para quem paga e deixa de fora quem não entra no jogo. Quando uma companhia burla a lei ambiental, lesa seus consumidores e potencialmente todos os cidadãos que respirarão o ar mais poluído do que seria se houvesse respeito às regras.
Tanto a Lava Jato quanto os escândalos envolvendo montadoras (para lembrar mais um caso, a GM escondeu durante anos que sabia dos problemas em seu sistema de ignição que causou dezenas de mortes) servem para recordar que o risco para o funcionamento da economia não está só no que faz o Estado, mas também em como se comportam as empresas. Quanto mais estímulos elas tiverem para fazer a coisa certa, maior a garantia de que teremos competição e crescimento sustentado.
Surpresa
O Itaú tem um indicador chamado de Índice de Surpresa que calcula quanto as notícias sobre a economia foram piores ou melhores do que o esperado. Em setembro, o índice foi de -0,10 na América Latina, muito influenciado pela nota -0,25 do Brasil – aqui, a produção industrial ficou muito abaixo do previsto pelo mercado. Chile, Colômbia e México ficaram do outro lado da balança, com variáveis melhores do que o esperado. Faz alguns meses que o mercado vem sendo surpreendido com o fato de o fundo do poço da economia estar um pouco mais adiante.
J. Malucelli
Saiu na última semana a permissão das autoridades colombianas para que a J. Malucelli Latam assuma o controle da colombiana Cardinal Compañia de Seguros. Agora, a empresa que abre a operação internacional da seguradora paranaense passará a se chamar JMalucelli Travelers S.A.. Com matriz em Bogotá e filiais em Medellin e Cali, a Cardinal é o primeiro passo da J. Malucelli Latam (fruto de uma parceria entre o grupo J. Malucelli e a Travelers) em um plano de expansão para outros países da América Latina. Saiu também na última semana a conclusão da transferência da área de seguros patrimoniais da J. Malucelli para a Travelers.
Jacquet
Em seu segundo ano de operação, a Jacquet Guerra, fabricante de bolos e biscoitos, mais que dobrou seu faturamento, que chegou a R$ 3,6 milhões no primeiro semestre deste ano, contra R$ 1,3 milhão no mesmo período do ano passado. A empresa é uma joint venture do grupo paranaense Guerra com a francesa Limagrain e inaugurou sua fábrica em Guarapuava no fim de 2013, após um investimento de R$ 40 milhões. Os investimentos para a construção da marca no Brasil ainda estão em andamento e o negócio apresentou prejuízo de R$ 11 milhões no primeiro semestre.
Big data
O Grupo de Auditores Internos do Paraná (Gaip) realiza na segunda-feira (5) seu 21º encontro. Na agenda, dois painéis. O primeiro, uma palestra do sócio da consultoria PwC Ricardo Santana, responsável pela área de Data Analytics no Brasil, será sobre auditoria interna em 3D. Além dele, o CFO e diretor de relações com investidores da Bematech, Marcos Perillo, falará sobre administração, governança e riscos. O evento será realizado na Alameda Doutor Carlos de Carvalho, 417 e a entrada será um quilo de alimento não perecível.