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Não é a crise econômica que está fritando Dilma

Seria bem mais fácil estabilizar a economia, não fosse nosso sistema político disfuncional. A única coisa que interessa neste momento em Brasília é fritar a presidente Dilma Rousseff, como se essa fosse a resposta necessária para a crise econômica.

O afastamento de um presidente pode até ser a resposta correta para um erro de conduta, mas não para a economia, pelo menos dentro do presidencialismo que o Brasil adotou. Aqui, em tese, a pressão por mudanças deveria levar a novas políticas e não a novos governos. É algo que diferencia o sistema do parlamentarismo, em que a perda de apoio leva a novas eleições.

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Fora esse detalhe institucional, temos que levar em conta que nenhum político quer resolver o que interessa para o país – no caso, encurtar a recessão, fazer as reformas que precisamos e levar o Brasil a um nível mais elevado de desenvolvimento. A disputa em Brasília é para a manutenção do status quo, do sistema político de coalizão que desembocou no mensalão e no petrolão. A deterioração das contas públicas, o crescimento exponencial de gastos sociais e a falta de empenho em se construir um Estado melhor são frutos desse sistema.

Estamos quase na metade do terceiro trimestre e não há um único indicador que mostre uma reação da economia. A confiança continua em baixa, as demissões persistem e as contas públicas teimam em ir para o lado errado. A disputa aberta para substituir um governo fraco só torna a situação pior.

Câmbio

Os resultados das contas externas do Brasil estão melhorando. Por quê? A resposta é mais complexa do que parece e a equipe econômica do Itaú fez um exercício para explicar se é o câmbio ou a recessão que estão por trás da melhora. Segundo o estudo, metade da queda das importações se deve ao câmbio, enquanto a outra metade se deve à retração da atividade econômica. Do lado das exportações, ainda não é possível notar uma reação dos embarques de manufaturados por causa do câmbio. Em resumo, a depreciação do real tem efeito maior no recuo das importações do que na retomada da venda para outros mercados.

TI

O movimento que vinha tornando Curitiba um polo de tecnologia da informação corre o risco de sofrer um baque com a venda do HSBC e da GVT. O centro global de desenvolvimento de softwares do HSBC (GLT) entrou no pacote vendido ao Bradesco. Na teleconferência após a aquisição, o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco, deixou claro que tecnologia é uma área em que se espera economia. A integração da Vivo com a GVT ocorrerá até o ano que vem e não está clara a nova “geografia” da companhia – que pode concentrar em um lugar só a área de desenvolvimento de TI.

Estre

A empresa de limpeza urbana Estre, que recolhe o lixo em Curitiba e região, obteve licença ambiental para construir uma usina termelétrica em seu aterro sanitário em Fazenda Rio Grande. O projeto tem potência de até 10 MW e vai produzir energia a partir do biogás que é gerado na decomposição do lixo orgânico. O projeto agora precisa passar pela Assembleia Legislativa, que vai votar um pacote de 24 autorizações para pequenas centrais elétricas.

Risotolândia

A empresa de fornecimento de refeições com sede em Araucária reformulou sua estratégia de marketing. A ideia é reunir sob a marca Grupo Risotolândia a empresa que atendem o setor público, a Risotolândia, e a que fornece refeições para empresas e escolas particulares, a Risa. Com 4,7 mil funcionários, o Grupo Risotolândia tem faturamento de R$ 290 milhões e espera crescer 30% até 2018. A estratégia, além da recolocação das marcas, envolve a expansão das atividades para outros estados – o grupo atendia apenas Paraná e Santa Catarina, e agora tem negócios em São Paulo e Rio Grande do Sul.

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