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O milagre da correção do Imposto de Renda

Em caso raro no atual governo, o anúncio da correção da tabela do Imposto de Renda em 5% foi seguido de medidas que corrigem, mesmo que parcialmente, distorções do sistema tributário brasileiro. Tirando o fato de que a correção de 5% não é nada perto da inflação que vai se acumular em dois anos (será de mais de 17% entre 2015 e 2016), a forma encontrada para fazê-la joga alguma luz no debate sobre como o governo arrecada.

No Brasil, uma empresa pode pagar imposto sobre o que o governo acha que ela lucra e não sobre seus ganhos reais. Isso beneficia muitos profissionais que saem do regime pessoa física, no qual o imposto incide sobre toda a renda, e passam a ser pessoas jurídicas que pagam pelo lucro presumido – que tem uma base de cálculo teórica, estipulada em lei, de até 32% do ganho. Geralmente, nesses casos, a empresa não tem custos, sendo 100% do ganho uma renda tributável. O projeto enviado ao Congresso corrige parcialmente esse problema.

Outro ralo por onde fugia dinheiro que deveria ser tributado estava nos direitos de imagem. No mundo do futebol é muito comum que um jogador tenha salários modestos e concentre a maior parte da renda nesses direitos. Isso reduz a tributação em comparação com trabalhadores comuns.

O governo também abriu uma porta para cobrar Imposto de Renda sobre heranças. O país tem uma das tributações mais baixas do mundo nessa área – nos Estados Unidos, a tributação é de 29%, contra uma média de 4% no Brasil e aplicada pelos estados.

A proposta apresentada se concentra em heranças elevadas, acima de R$ 5 milhões, mas nada impede que a gradação seja mudada com o tempo. O IR ainda precisará passar por mais mudanças para se tornar mais justo, provavelmente com uma correção maior da tabela e inclusão de novas faixas.

Guararapes

A fabricante de madeira compensada Guararapes inaugurou sua nova linha de produção, em Caçador (SC). O investimento da companhia, que tem sede em Palmas, no Sul do Paraná, foi de R$ 320 milhões, acima do valor previsto inicialmente, de R$ 230 milhões. O aumento ocorreu por causa da disparada do dólar. Com a ampliação, a empresa triplica, para 600 mil m³, sua capacidade de produção de MDF. A tecnologia usada na unidade permite a fabricação de chapas em novas dimensões e espessuras.

Fomento Paraná

A Fomento Paraná, órgão público estadual de crédito voltado ao desenvolvimento, conseguiu manter em 2015 o ritmo de expansão de sua carteira. Ela fechou o ano passado com R$ 928 milhões em carteira, contra R$ 853 milhões em 2014. A Fomento atingiu 9,2 mil contratos ativos, sendo 7,3 mil deles nas linhas de microcrédito. O lucro da operação no ano passado foi de R$ 76 milhões, R$ 2,1 milhões maior do que em 2014.

Via Serviços

A Via Serviços, empresa curitibana especializada em serviços terceirizados como limpeza e conservação e que está completando 15 anos, prevê crescer 25% neste ano. A expansão deve ocorrer com novas operações em estados próximos, a começar por Santa Catarina. A empresa, que tem hoje cerca de 2 mil funcionários, também está investindo em um novo sistema de gestão – desenvolvido em parceria com uma startup, ele custou R$ 450 mil e vai melhorar a administração de equipes e o contato com clientes.

Tecverde

Após receber um aporte de R$ 20 milhões do fundo GEF, a fabricante de casas no sistema woodframe Tecverde começa a colocar em prática um plano para dobrar o faturamento neste ano. A ideia é acelerar a expansão no interior de São Paulo, começando por Campinas, onde seus produtos entram no mercado em maio. A expectativa é faturar R$ 40 milhões com a venda dos painéis, o que equivale a um valor final dos imóveis em torno de R$ 150 milhões. Outra meta da companhia é dobrar até 2017 a capacidade de sua fábrica, atingindo 6 mil casas por ano.

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