Todo mundo notou que os mercados têm pequenos ataques de otimismo quando a presidente Dilma Rousseff cai nas pesquisas. E o contrário quando ela sobe. Dois bancos, Santander e Goldman Sachs, formalizaram essa leitura na sexta-feira. Quem lembra da eleição de 2002 já viu esse filme, que nada tem a ver com o que vai acontecer com a economia no longo prazo.
É comum haver uma tese de investimento ligada à política. O que você faz quando sai uma pesquisa apontando uma subida da presidente Dilma? O consenso no mercado é que esse é um fator que faz os preços das ações caírem, independentemente da política que ela vai adotar em um segundo mandato. A intenção é ganhar dinheiro em um ou dois dias. Em 2002, o fenômeno se arrastou por seis meses. O dólar não subiu a R$ 4 na época porque se acreditava que esse era o valor de fato da moeda americana, mas porque houve o que se chama de "efeito manada": muita gente correndo para o mesmo lado porque comprou a mesma tese.
A tensão provocada por essas teses de curto prazo pode ser alta. Muitas vezes, investimentos são congelados e a inflação pode subir por causa do câmbio. Não é, no entanto, uma aposta de longo prazo. Como o próprio Goldman Sachs argumenta, deve haver ajuste na economia, vença quem vencer. Até lá, vai ter muita gente ganhando e perdendo dinheiro com suas teses eleitorais.
Batavo
No início do ano, a BRF colocou à venda sua unidade de lácteos, que inclui a marca Batavo e unidades no Paraná. A decisão sobre a venda deve sair em breve e é provável que o comprador seja de fora do país. O setor de lácteos brasileiro está na mira de companhias como as francesas Danone e Lactalis.
Mais leilões
Mais uma para a lista de leilões de empresas falidas no Paraná. A Cia. Lorenz, que tem sede em Indaial (SC) e fábricas em três cidades paranaenses Cianorte, Quatro Pontes e Umuarama vai tentar vender seus ativos, avaliados em R$ 63 milhões. A falência da empresa ocorreu em 2000 e a Justiça permitiu que ela continuasse funcionando. Agora, quer que ela seja assumida por um investidor.
Novo subprime
O mercado nem sempre aprende com seus erros. Depois de uma crise provocada por empréstimos imobiliários feitos para quem não podia pagar, bancos americanos estão aumentando a participação dos empréstimos chamados de subprime no ramo de carros usados. Essa é mais uma bolha que vem sendo apontada nos Estados Unidos pós-crise.
Eventos em Curitiba
A Copa do Mundo dificultou muito a vida do setor de eventos em Curitiba neste ano. Na agenda de eventos apoiados pelo Convention & Visitors Bureau, no primeiro semestre vieram apenas 18 mil turistas de negócios, para 124 eventos. Para o segundo semestre, a projeção já é de 80 mil turistas, para 71 eventos, vários deles de grande porte. O movimento ainda é menor que no segundo semestre de 2013, quando vieram 160 mil pessoas, mas já mostra uma recuperação.
Governança
O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-PR) e a Fundação Dom Cabral realizam no dia 29 uma palestra com o especialista em governança Haroldo Motta. Ele vai falar sobre o tema "Finanças como pilar da governança corporativa", a partir das 19h30, na casa de eventos Encontro da Amazônia. Informações: (41) 3016-2499.
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