Em tempos de crise da dívida na Argentina, a análise mais comum tem dito que o Brasil perde muito por não poder exportar tanto ao país vizinho. Esse é o efeito de curto prazo que tirou parte das vendas das montadoras e agravou nossa recessão industrial. No longo prazo, o país perde por outra razão.
Nas últimas duas décadas, o Brasil não fechou nenhum acordo comercial importante. Hoje, as autoridades brasileiras só podem negociar junto com os parceiros do Mercosul, o que aumenta as dificuldades para se buscarem novos mercados. Em um primeiro momento, o bloco apostou todas as fichas em uma negociação global, a Rodada Doha, que foi largada no meio do caminho. Depois, se movimentou pouco para encontrar novos destinos comerciais.
Dentro do Mercosul, a Argentina tem sido o parceiro mais protecionista e menos propenso a levar adiante acordos amplos de redução de tarifas de importação. Com câmbio desajustado, poucas reservas e uma indústria menos competitiva, a Argentina teria mais a perder em acordos de livre comércio como o que vem sendo negociado com a União Europeia. A crise da dívida só aumenta essa posição defensiva.
O isolamento é um risco real para a economia brasileira. Os efeitos da abertura feita nos anos 90 já foram completamente absorvidos e hoje até o setor industrial se posiciona a favor de uma nova investida para aumentar as trocas comerciais. Sem acesso a mercados, o Brasil terá dificuldades em se manter em algumas cadeias globais de fornecimento, ao mesmo tempo em que o consumidor continuará pagando caro por produtos protegidos, como automóveis.
Gás no PR
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) colocou em consulta dados sobre blocos que serão devolvidos por terem acumulações pequenas de petróleo e gás natural. Empresas interessadas podem fazer ofertas para explorar essas áreas, uma delas no Paraná. É o Campo de Barra Bonita, localizado no centro-oeste do estado e com dois poços onde a Petrobras encontrou gás natural ainda na década de 90. A estatal não teve interesse em desenvolver os poços, que estão prontos para exploração e podem fornecer entre 100 mil e 200 mil m³ por dia.
Copel
No ano passado, a Copel Distribuidora foi a empresa que mais sofreu com a falta de energia contratada, segundo a Aneel. A empresa precisou comprar 597 MWm (megawatts médios) no mercado de curto prazo. Esse é um dos fatores que influenciaram a alta no preço da energia ao consumidor deste ano a Aneel autorizou reajuste de 35%, mas a Copel pediu que pouco mais de 10 pontos porcentuais fiquem represados até o ano que vem.
A exposição ao mercado à vista é descrita como "involuntária" no mercado. Isso porque a distribuidora só fica sem contratos de longo prazo quando não há oferta suficiente nos leilões promovidos pela Aneel. Foi o que ocorreu no ano passado. Neste ano, no fim de abril, a Copel conseguiu comprar energia e diz ter zerado a exposição.
Membracel
A empresa curitibana de biotecnologia Membracel está conseguindo colocar em prática seu plano de crescimento para 2014. No primeiro semestre, o faturamento dobrou, na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 760 mil. A Membracel fabrica uma membrana porosa usada em curativos que começa a encontrar seu nicho no mercado hospitalar e já é distribuída por 110 parceiros.
Leilão
Vai a leilão no dia 15 uma área que pertence à massa falida da Indústria Trevo que é maior do que muitos municípios brasileiros. São 2,5 mil km² no Pará que passam por cinco municípios do estado área cinco vezes maior do que a ocupada por Curitiba. O lance inicial é de R$ 12,6 milhões.
BRDE
O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) foi premiado pelo BNDES por seu papel no repasse de recursos para o setor agrícola. No período 2013-2014, o banco se tornou o maior repassador dos programas do Ministério da Agricultura, com mais de R$ 600 milhões investidos.
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