Parece ter bastado o governo dizer que os reservatórios do Sudeste não vão cair abaixo de 10% da capacidade em novembro para a crise energética ter acabado. Na verdade, a situação não é muito melhor do que há um ano. Os reservatórios do Sudeste fecharam maio com 36% da capacidade, contra 37,4% um ano atrás. Isso significa que o estresse hídrico continua, embora a previsão de que teremos um inverno úmido leve a uma expectativa de recuperação dos reservatórios.
Como há um ano, o país precisa torcer para que venha a chuva, além de ter de manter as usinas térmicas ligadas em tempo integral. O custo é visto todos os meses pelo consumidor na chamada “bandeira vermelha” que vem na conta de luz. Há uma diferença no cenário: a recessão está fazendo com que a demanda caia, o que dá tempo para que entrem em operação as hidrelétricas em construção no Norte e Centro-Oeste.
O fôlego que a combinação de um inverno possivelmente úmido e a entrada de energia nova no sistema vai dar ao setor elétrico é curto. Até agora, não foi apresentada nenhuma ideia melhor do que a construção de mais usinas na Amazônia, a custos financeiros e ambientais sempre incertos, e sujeita a atrasos gigantescos. A expansão de outras fontes renováveis está ocorrendo, mas a um ritmo lento perto das necessidades do país. Sobra espaço para a energia térmica suja, produzida a partir de combustíveis fósseis. Mas a política energética ainda não incorporou um fato: tanto as térmicas quanto as usinas alternativas terão de operar na base do sistema, com custos mais baixos e maior disponibilidade. Só a chuva não vai resolver no longo prazo.
Transparência
O governo do estado deveria se inspirar no BNDES. Após décadas de contratos sigilosos, o banco colocou no ar informações sobre as empresas que contraíram empréstimos, os valores e condições dessas operações. Aqui no Paraná, o governo do estado se recusa a publicar a lista de empresas enquadradas no Paraná Competitivo. A desculpa é que, se divulgasse os nomes, estaria infringindo a legislação fiscal. É fato que as empresas têm direito ao sigilo de informações estratégicas e fiscais, mas, como mostra o BNDES, a sociedade tem direito a saber quem é beneficiado, e como, pelo Estado.
Guth
A Belarina Alimentos está investindo na revitalização da tradicional marca de trigo Guth. A empresa comprou o moinho da família Guth em 2013. No ano passado, anunciou a construção de um novo moinho, parte de um pacote de investimentos de R$ 200 milhões. Para dar suporte à expansão fabril, a Belarina agora está fazendo ações de marketing com a marca, em especial no mercado curitibano, como um concurso cultural que resultará em um livro de receitas e anúncios em outdoors.
Visto EB-5
O programa norte-americano para a concessão de vistos de residência para investidores estrangeiros está atraindo mais brasileiros. Segundo a consultoria LCR, que presta assessoria de investimento para quem pretende pedir o visto, 47 brasileiros entraram com o processo nos Estados Unidos em 2014. Para este ano, a previsão é de que entre 100 e 150 pessoas tentem esse caminho para a obtenção do desejado “green card”. A lei americana prevê a concessão de um visto especial para quem investe pelo menos US$ 500 mil em negócios que gerem empregos em território americano. Não adianta, portanto, só comprar um apartamento em Miami.
Logística
A Transportadora Americana, empresa paulista com sede na cidade de Americana, inaugurou uma filial em Maringá, onde vinha operando no sistema de franquia. A estrutura na cidade paranaense tem 2.250 m² de área, dez docas e armazém com mais de mil m². A empresa atende segmentos fortes no Norte do estado, como tecelagem e confecções.