As empresas procuradas por profissionais talentosos são aquelas que oferecem benefícios além do salário pago. Muitas proporcionam planos de saúde, divisão de lucros, entre outros. Mas um dos benefícios que mais atraem os colaboradores é a possibilidade de obter uma educação continuada, ou seja, receber auxílio para a conclusão de cursos de extensão ou de pós-graduação.
No entanto, alguns dos profissionais que fazem uso deste benefício não oferecem nada em troca para a empresa, ou seja, adquirem o conhecimento e não repassam para os colegas, nem mesmo para os subordinados. Eles acreditam que as informações obtidas pertencem somente a eles, que são um ganho para a própria carreira e que, por isso, não precisariam transmitir o conhecimento.
Mas essa postura está equivocada, uma vez que o conhecimento possibilitado pela organização pertence também a ela. É um bem de ambos profissional e empresa e deve ser dividido e repassado para o crescimento de todos os envolvidos.
Everton atuava como supervisor de produção em uma empresa de médio porte.
Ele sempre procurava atualizar-se, para manter-se competitivo e útil para a organização. Por isso, semestralmente, repassava para o Departamento de Recursos Humanos da empresa uma série de cursos dos quais gostaria de participar, a fim de melhorar sua performance e produtividade.
E, como todos os temas repassados por ele eram de extrema importância para o desenvolvimento das funções que exercia, a empresa sempre lhe proporcionou os cursos solicitados. O valor das inscrições era totalmente pago pela organização, e os dias em que ele estava se dedicando ao aprendizado não eram descontados de seu salário.
O profissional sempre aproveitava todos os cursos feitos, pois conhecia pessoas importantes para seu network, aprendia procedimentos novos e revia paradigmas. Assim, a cada curso, ele percebia que se tornava um profissional mais maduro e preparado.
A empresa, por sua vez, notava a diferença no ânimo e na vontade do colaborador, quando ele retornava de uma semana de aprendizado. Nestes casos, tanto a produtividade aumentava, como a atitude positiva de Everton contagiava toda a sua equipe.
No entanto, em nenhuma das vezes em que ele finalizou um curso de aprimoramento, Everton repassou o conhecimento para os demais. Ele aprendia, melhorava e tomava para si todas as informações obtidas. E, quanto mais se preparava, mais a organização ficava sua dependente de seu trabalho, pois ninguém mais conseguia executar o serviço da maneira que ele o fazia.
Por isso, quando ele tirava suas férias, a equipe ficava atarantada tentando entregar os mesmos resultados sempre conseguidos por Everton.
Então, certo dia, o profissional resolveu fazer uma pós-graduação, medida que considerou importante para o desenvolvimento de sua carreira. Ele tinha em mente que, com o curso no currículo, ele poderia conseguir uma posição melhor dentro da empresa. Assim, noticiou ao RH as suas intenções de aprendizado e de crescimento profissional e, como o custo do curso era elevado, o Departamento precisou levar o pedido para a análise da Diretoria. Após algumas semanas, Everton recebeu o aval da empresa, que financiou o valor do curso integralmente. A organizou viu, na iniciativa de Everton, uma possibilidade de melhorar sua produção e, conseqüentemente, de aumentar a lucratividade.
Com isso, o profissional iniciou o curso e, a cada dia, todos percebiam a melhora no seu desempenho. As informações que ele aprendia eram extremamente úteis e ele utilizava todos os conhecimentos para otimizar o desempenho da Produção.
Porém, no dia em que recebeu o diploma de conclusão do curso, Everton recebeu a indicação de um professor para ingressar em uma empresa multinacional, de renome e credibilidade. Ele, prontamente, aceitou o convite e anunciou sua saída da empresa onde atuava.
A organização ficou indignada com a postura de Everton, pois haviam lhe custeado o curso e, agora, não iriam aproveitar os conhecimentos adquiridos pelo profissional.
Ele, por sua vez, argumentou que o conhecimento era seu e que o esforço em aprender também havia sido individual.
A discussão durou alguns meses após a saída de Everton, que concordou, por fim, em dar um seminário para o restante dos profissionais da empresa, com o intuito de transmitir um pouco do conhecimento patrocinado pela organização.
Hoje, essa mesma empresa não financia mais os estudos de seus colaboradores.
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SAIBA MAIS...
Oportunidade para dependentes químicos
A Suvinil, em parceria com a Politintas revendedora da marca no Espírito Santo, realiza o Projeto Oficina, que visa a auxiliar jovens e adultos em tratamento para dependência química.
O projeto conta com o treinamento profissionalizante sobre tintas, pinturas e texturas. O objetivo é melhorar a auto-estima dos participantes e fornecer uma oportunidade para o ingresso no mercado de trabalho.
As aulas utilizam vídeos com temas como a escolha da melhor tinta para cada ambiente e sua aplicação, como detectar e corrigir falhas na pintura, entre outros. O projeto também prevê aulas práticas, em que os alunos têm a oportunidade de aplicar o que aprenderam na teoria.
Atualmente, a turma composta por 20 pessoas se encontra todas as segundas-feiras, das 8 h às 18 horas, e o projeto tem duração de seis semanas.
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Esta coluna é publicada todos os domingos. O espaço é destinado a empresas que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social, bem como àquelas que queiram dividir suas experiências profissionais. A publicação é gratuita. As histórias publicadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las. Currículos para www.debernt.com.br. Contato:Bekup Comunicação, tel: (41)3352-0110.