Erica é uma profissional que modificou completamente seu perfil comportamental para sobreviver no mercado. Ela, tal qual um camaleão, transformou-se para melhor se adaptar ao meio.
De uma adolescente displicente e imatura, ela mudou para uma mulher responsável e focada em resultados. Mas essa guinada não se deu de forma suave, pelo contrário, foram precisos muitos tombos e solavancos durante o trajeto, até que ela adquirisse nova forma.
Erica nunca gostou de estudar e sempre foi uma das alunas mais atrasadas da classe. Era dispersa e jamais conseguia tirar boas notas, ou apresentar trabalhos surpreendentes. Possuía carisma, mas não o bastante para se transformar em uma aluna popular. Tinha poucos amigos e não freqüentava muitos eventos sociais.
Ingressou em uma faculdade de Psicologia após três tentativas e formou-se com muito custo, pois seu desempenho continuava medíocre nesta época. Fez um ou dois estágios dos quais aprendeu pouco e deixou uma impressão ruim. Pensou até em desistir do curso, uma vez que não conseguia administrar as notas e a satisfação dos professores. Mas resolveu insistir.
Assim, com quase trinta anos, ela conquistou o diploma de psicóloga e decidiu seguir a carreira na área de Recursos Humanos.
Tentou conseguir emprego, mas foi em vão, pois não possuía um bom currículo, nem mesmo indicação de colegas ou de professores. Foi de empresa a empresa oferecer seus préstimos e ouviu somente negativas.
Então, ao invés de desanimar de vez e desistir, ela resolveu fazer uma análise de seu histórico escolar e profissional. Percebeu que não havia se esforçado e que, agora, sofria por sua falta de dedicação e de comprometimento. Chegou à conclusão de que ainda era tempo para reverter tal situação.
Matriculou-se em um curso de línguas intensivo, com o objetivo de adquirir fluência em 12 meses. Cursou oratória e leu muito sobre sua área. Analisou seu comportamento passado e assimilou os erros que havia cometido.
Então, após algum tempo, sentiu-se preparada para enfrentar o mercado de trabalho. Escolheu uma empresa de renome nacional, com a qual se identificava, e batalhou por um estágio gratuito. Apresentou-se ao gerente de Recursos Humanos da empresa e o convenceu a lhe dar uma oportunidade: um período de observação não remunerado. Após três dias de insistência e muita argumentação, Erica conseguiu o trabalho. Lá permaneceu por três meses e aprendeu muito sobre o setor. Mudou sua postura com consciência e conquistou o respeito e a simpatia dos colegas e superiores.
Assim, após três meses de estágio na organização, partiu para o mercado, dessa vez com experiência prática, conhecimento teórico e uma carta de recomendação.
Com isso, não foi difícil conseguir novas oportunidades. Então, após um início conturbado, Erica conseguiu voltar aos trilhos de sua carreira e destacar-se como profissional. Hoje, ela atua em um multinacional como gerente de RH e é reconhecida por sua competência, maturidade e perseverança.
*** Muitas vezes um profissional se perde no caminho para o sucesso, seja no início de sua carreira ou em períodos de queda. Esse desnorteamento é comum, porém reversível. O profissional pode modificar sua postura, atitude e foco quando percebe que está saindo de seu rumo e deve repensar sua trajetória. Nestes casos, um planejamento de carreira é bastante útil.
Todos temos um pouco da característica do camaleão, que se adapta para sobreviver ao meio, mas poucos têm consciência dessa qualidade, ou a utilizam para benefício próprio. Um profissional moderno deve adotar o camaleão como exemplo, pois a capacidade de reinventar-se é uma qualidade percebida pelo mercado.
Saiba mais
Incentivo à educação central
A Cavo Serviços e Meio Ambiente S.A. realiza, desde 1997, o projeto de escolarização Tempo de Estudar, que visa investir na educação de seus colaboradores. O programa atende principalmente coletores e varredores de lixo, que não conseguiam freqüentar a escola regularmente.
A Cavo verificou que seus colaboradores tinham vontade de estudar e criou uma escola para eles. O Projeto que é realizado em parceria com o Sesi Paraná, Sesi Nacional e a Fundação de Estudos do Paraná já atendeu cerca de 500 pessoas.
Quando as primeiras aulas do projeto foram realizadas, mais de 30% dos funcionários eram analfabetos. Hoje, esse número caiu para menos de 1%.
As aulas acontecem uma vez por semana nos próprios locais de trabalho, após o expediente. Além do Ensino Fundamental, a Cavo oferece aulas de Ensino Médio e de Informática aos seus colaboradores.
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Esta coluna é publicada todos os domingos. O espaço é destinado a empresas que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social, bem como àquelas que queiram dividir suas experiências profissionais. A publicação é gratuita. As histórias publicadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las. Currículos para www.debernt.com.br. Contato: Bekup Comunicação, tel: (41) 3352-0110.