Todos os dias os jornais publicam histórias sobre a violência urbana, seja envolvendo pessoas menos favorecidas como personagens da elite social. Recentemente, o espancamento de uma empregada doméstica, por jovens universitários pertencentes à classe média, mostrou que o preconceito e a intolerância continuam impregnados em nossa sociedade, envenenando a mente dos jovens e colocando em risco a segurança da população.

CARREGANDO :)

No entanto, a maioria das pessoas perde rapidamente a capacidade de indignação frente a casos como esse. A notícia, quando nos veículos de comunicação, perde logo seu impacto e, assim que outro escândalo surge, a lembrança do acontecimento passado desaparece. Talvez por isso a sociedade atual não consiga eliminar, definitivamente, o vírus da violência que está instalado na nossa cultura.

Acredito que a solução não está somente na maior interação entre pais e filhos, ou entre família e escola. Pois um indivíduo normal está inserido em uma sociedade complexa, onde diversos fatores podem influenciar de forma positiva ou negativa as suas ações e julgamentos. A mídia, os governantes e até mesmo as empresas privadas dividem sua parcela de culpa com a família e a escola, quando se trata de fomentar a violência. Pois uma atitude passiva e ausente pode igualmente cultivar o preconceito e, conseqüentemente, atitudes violentas e drásticas.

Publicidade

Não é possível imaginar um mundo ideal sem que todos os segmentos da sociedade se envolvam na discussão. Pois a quebra de paradigmas, de pensamentos arraigados na nossa cultura, exige a participação efetiva de todos.

As empresas, geradoras de empregos e de capital, são fundamentais para a mudança de conceitos e comportamentos, pois são influentes na vida dos cidadãos adultos. Um profissional passa a maior parte do seu dia dentro da empresa, envolvido com questões relativas ao trabalho. Por isso, seria de extrema importância que esse período fosse também dedicado ao aprendizado, à formação ética. Para as organizações o benefício seria imenso, pois colaboradores com valores morais e com capacidade de fazer análises críticas são também mais produtivos e responsáveis.

Porém, essa constatação não é considerada por muitos gestores, que preferem alienar seus profissionais com questões concernentes somente à esfera da organização, ao invés de incentivar o diálogo e o questionamento.

Os próprios departamentos de Recursos Humanos se atêm, exclusivamente, à criação de materiais de comunicação interna simplórios, como murais sem conteúdo e jornais para entretenimento, quando poderiam aproveitar a oportunidade para transmitir conceitos relevantes de cidadania, responsabilidade social e ética.

Certamente não romantizo a relação empregado/empresa, nem espero que haja uma mudança drástica de atitude no mundo organizacional, mas acredito que, sem a cooperação e envolvimento desse setor, jamais poderemos evoluir para uma sociedade sem preconceitos e violência.

Publicidade

A guerra contra a ignorância e os atos violentos só poderá ser vencida com a participação de todos os setores da sociedade, uma vez que não podemos contar com o comprometimento dos governantes. Assim, não adianta mostrarmos indignação e horror quando presenciamos ações vergonhosas e covardes como a da empregada doméstica espancada, pois esses sentimentos, por si só, não têm a capacidade de trazer mudanças. O que precisamos é transformar a indignação em ação e, conseqüentemente, na substituição dos valores morais da sociedade por outros mais justos e humanos.

Por isso, a discussão sobre o tema deve ser incentivada, tanto no âmbito familiar, quanto no empresarial, porque a violência é um problema nacional e afeta a todos, sem distinção.

Saiba maisJogo terapêutico auxilia pacientes de hospitais paulistas

A ONG Pensamento Positivo realiza desde 1999 um projeto de mesmo nome, que visa levar entretenimento e bem-estar a pacientes adultos internados em hospitais paulistas. Cerca de 80 voluntários dedicam, aproximadamente, duas horas por semana visitando pacientes em um dos hospitais que participam do Projeto. Trata-se de um trabalho terapêutico que atende em torno de 900 pacientes por mês, colaborando com sua recuperação e a humanização no ambiente hospitalar. Através de terapia lúdica, os voluntários jogam com os pacientes o Rummikub, um jogo de entretenimento que, através da análise combinatória, permite aos participantes treinarem o raciocínio estratégico enquanto se divertem. A presença dos voluntários e a socialização proporcionada pelo jogo auxiliam no tratamento dos pacientes, pois estes se sentem mais confiantes e felizes. O projeto ainda conta com um coral que se apresenta nos hospitais, inclusive nas UTIs.

* * * * *

Publicidade

Esta coluna é publicada todos os domingos. O espaço é destinado a empresas que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social, bem como àquelas que queiram dividir suas experiências profissionais. A publicação é gratuita. As histórias publicadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las. Currículos para www.debernt.com.br. Contato: Bekup Comunicação, tel: (41) 3352-0110.