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Capital humano

Os sinais debaixo do nosso nariz

Nem sempre a profissão que escolhemos para formação é a que seguimos para o resto da vida. Seja por motivos de oportunidade, ou por causa das necessidades da vida, muitos profissionais se desligam de suas profissões primárias, passando a se dedicar a um novo desafio profissional e, muitas vezes, é nessa nova etapa que descobrem a verdadeira paixão de suas vidas. Por isso devemos sempre ser flexíveis e procurar enxergar com uma visão mais pacífica toda e qualquer oportunidade que nos aparece. A chance de ouro de nossas vidas pode estar onde menos imaginamos.

Foi o que aconteceu com Daniela. Sua infância e juventude foram marcadas por idas e vindas à loja de roupas de seus pais, o que desenvolveu na menina um gosto especial por se vestir bem, diferente do costumeiro e simples apreço que todas as meninas têm por roupas, sapatos e acessórios. Por possuir acesso livre às novas tendências da moda, Daniela adquiriu um gosto peculiar e refinado para sua tão pouca idade.

Na hora de decidir qual faculdade cursar, entretanto, Daniela preferiu ser Jornalista e, depois de concluída a faculdade, começou a trabalhar em um jornal no Sul do país. Porém, ela não se sentia satisfeita com a vida que levava. Parecia que sua escolha havia sido equivocada e, apesar de gostar de escrever, sentia que suas matérias não abordavam coisas interessantes. Foi então que surgiu a idéia de unir o útil ao agradável e se tornar uma expert em moda. Depois de batalhar, conseguiu o que julgava ser o emprego dos sonhos: finalmente seria repórter de moda numa famosa revista nacional, numa editora de São Paulo. Sua carreira parecia prosperar. Para uma jovem jornalista, conseguir um lugar numa editora tão conhecida e escrever todos os dias sobre o que mais admirava parecia um sonho realizado. Mas o tempo passou e Daniela percebeu que o que ganhava como Jornalista não a levaria aos lugares que pretendia chegar.

A jovem resolveu arriscar tudo. Deixou a revista, voltou para o Sul e começou a trabalhar com moda na área comercial. Seus anos de revista lhe renderam uma expertise real no ramo e muitos contatos nas principais e maiores fábricas de roupas e sapatos do Brasil. Desta forma, sua transição ocorreu de forma amena. Daniela conquistou uma peculiaridade interessante pois, sendo da área comercial, ela frequenta eventos do segmento sempre como jornalista, aproveitando a vantagem do direito a credenciais de imprensa. Ela consegue estar presente em desfiles, como o São Paulo Fashion Week, dentre outros, que colegas de profissão não conseguem por falta dessa facilidade da sua antiga profissão.

Daniela não nega que ainda gosta muito de escrever e até arrisca destrinchar alguns assuntos para um ou outro jornal que conquistou pelo Brasil afora. Porém, hoje ela pode se dar ao luxo de fazer isso por prazer, pois financeiramente já conquistou seu espaço no mundo da moda. E o mais curioso disso é que, quando jovem, ela não enxergava que a profissão que a faria feliz seria justamente aquela com que teve contato durante toda a sua infância. Quis fazer a diferença na família, buscando uma profissão inédita, mas acabou voltando às suas raízes, onde definitivamente se encontrou.

Como Daniela, existem milhares de profissionais que acreditam que será em determinadas profissões que tirarão seu sustento, sem perceber que o sucesso só virá daquilo em que ele sente realmente prazer em fazer. O que chama a atenção em Daniela é a determinação de largar tudo para tentar uma coisa relativamente nova e, principalmente, a maneira que achou de trazer sua formação para a nova profissão que resolveu seguir.

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