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Carlos Nasser

Código Da Vinci

Não li o livro, assisti ao filme. Não teria paciência para seguir o complicado roteiro do livro. Cinema é mais fácil, ainda que longo. Um fenômeno de vendas, recorde de tiragem, sucesso absoluto de vendas. Ok, o Paulo Coelho também é, e não tolero sua superficialidade. Aliás, quem lê auto-ajuda é próximo ao débil mental pela obviedade das receitas sugeridas pelos ricos autores de livros ridículos.

Tem mais emoção um clássico do Hichtcock, do que o Código Da Vinci. Vejamos o livro, cujo marketing é de colocar a Igreja Católica em xeque pela humanidade: Cristo se casa com Maria Madalena e daí sustenta-se todo o enredo e mistério envolvendo seus descendentes.

Do Vaticano ao Opus Dei, passando por secretíssimas entidades milenares, todos se envolvem com os descendentes de Jesus Cristo. Contra ou a favor, se digladiam há 2 mil anos, e Maria Madalena é perseguida junto com o segredo eterno de sua maternidade. Para quem mora na Suíça e tem tempo de sobra, ou num pequeno vilarejo alemão e está com a aposentadoria tranqüila, o livro e as situações intrincadas que possuem não deixam de ser uma distração.

Mas até abalar os alicerces do Vaticano vão milhas de distância, ou páginas desperdiçadas com a trama simplória do autor. A pergunta básica é de onde que ele tira a presença de Maria Madalena com tamanha importância na composição e arquitetura da Igreja de Cristo?

Afirma que ela e não o apóstolo Pedro ergueria a casa dos católicos, por que e como? Ótimo para se iniciar uma trama secreta e cheia de pistas e códigos fantásticos, mas sem nenhuma razão importante para perdurar tanto tempo.

Os evangelistas e milhões de leitores que os seguiram bem como os milhões de cultos celebrados em missas per seculum seculorum perderam para o Dom Brow, que se imaginou o único e verdadeiro apóstolo de uma suposta Igreja comandada por Maria Madalena. Existem livros melhores e mais interessantes do que o Código Da Vinci e seus factóides em todas as livrarias do mundo. Minha leitura predileta são as biografias de homens ilustres que marcaram presença, independentemente da atividade que exerceram.

Que tal você ficar sabendo da importância e dos detalhes da invasão da Normandia pelas tropas aliadas, comandadas pelo general Eisenhower, e trabalhada pelo autocomando aliado? Vai ver como se comportaram os ingleses com o general Montgomery e o primeiro-ministro Winston Churchill ao lado dos franceses tendo à frente o grande general De Gaulle.

Do outro lado, o marechal-de-campo Rommel e o autocomando alemão. Pois bem, está em livro e existe o filme, basta ir a uma locadora e uma boa livraria. É a biografia do general, que depois se tornou presidente dos Estados Unidos. Creio que pelo ator Tom Hanks, pelos lugares onde as cenas se desenrolam, como distração, vale a pena ir ao cinema.

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