Todos nós temos o nosso ponto de honra.
Para uns é ostentar poder através da riqueza, compram carros que valem milhões; outros, lanchas incríveis (que usarão pouco), chácaras maravilhosas e assim por diante.
O meu ponto de honra é a inteligência, vou à loucura quando me subestimam, achando que sou débil mental para aceitar raciocínios pueris e superficiais. Tenho escrito à exaustão que o Brasil é o país do achismo. Todo mundo acha alguma coisa e lá vai bobagem ao ar.
Analistas sem experiência prática, cientistas políticos com doutorado em teorias alienígenas e agora até âncoras de noticiários emitem opiniões sem nenhuma responsabilidade real. No dia seguinte, mudam de opinião.
O difícil é escrever e explicar seus pontos referenciais. Por exemplo: errei quando escrevi que o Lula não iria para o 2.º turno das eleições. Era o momento crucial da CPI e da demonstração cabal do desgaste petista na conclusão do governo. Cassaram poucos, misturaram os culpados e a população desinformada confundiu a situação. Resumindo que toda classe política rouba, ou deixa roubar.
O Lula é igual mas cuida dos pobres e distribuiu 10 milhões de bolsas-famílias para nossa salvação da miséria absoluta. Um raciocínio normal: voto em quem me ajuda e pronto.
Acertei quando disse que o Garotinho errou em entrar no PMDB e ficaria sem legenda mesmo com 15% iniciais do Ibope. E ficou de fora, com os caciques do partido cortando suas pretensões. Deveria ir para o PDT e hoje estaria próximo de 20% nas pesquisas, já que tem o apoio dos evangélicos e parte do Rio de Janeiro.
Como é populista, seus votos foram para o Lula, que tem o mesmo discurso. Cresceu ainda mais o falso Pai dos Pobres (o verdadeiro era Getúlio Vargas, um estadista), e os analistas deram como certa a vitória do presidente já no primeiro turno das eleições. Lula inflou-se e passou a exagerar na dose de conceitos esdrúxulos sobre a arte de governar.
Um novo Maquiavel, só que sem a cultura do gênio florentino. Escrevi que o Lula tinha 19% de votos definidos e o resto era "intenção de votos" e Alckmin tinha 9%. Mas Alckmin era desconhecido para 50% da população e, quando aparecesse melhor, cresceria bem.
Afirmei sem medo de errar, já fiz mais de 30 campanhas políticas e em 4 ao lado de americanos como James Carvile, o gênio do marketing que elegeu Clinton duas vezes. A teoria só é válida quando se comprova na prática.
Pois bem, agora cresce Geraldo Alckmin e vai encostar em Lula no decorrer da campanha, quando tiver o mesmo espaço de tempo na televisão. O PT será esmagado na disputa eleitoral nos estados. Além do ex-governador de São Paulo ser um homem preparado e eficiente, não falará que construiu a Petrobrás, o Banco do Brasil e nem diria que o Ronaldo está gordo.
Vai enfrentar o Lula nos debates colocando propostas de desenvolvimento do Brasil. Este é o assunto que interessa.