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Junto com a globalização, que encurtou as distâncias e deixou os fatos instantâneos correndo o mundo em segundos, veio a difusão das marcas que se tornaram globais.

Um levantamento feito por empresas de Nova Iorque atribuiu o valor de 68 bilhões de dólares a Coca-Cola, que incorpora às suas ações este número extraordinário. Como você pode concorrer contra um gigante que vai da Sibéria ao Acre, em todas as televisões que estiverem no caminho? Depois, as personalidades que viraram globais. Creio que o admirável Papa João Paulo II foi o maior da época atual, recolocou a Igreja Católica no topo das religiões em seu período papal. Seu carisma e a popularização das missas televisionadas emocionaram o mundo e agregaram milhões de fiéis que estavam dispersos ou apáticos em relação ao Vaticano.

Os astros de Hollywood são mais conhecidos pela televisão, que repete seus filmes, do que os cinemas que os lançam. Também são globais. Tom Cruise ou Sharon Stone vão do Azerbaijão ao Amazonas entrando de casa em casa pela porta da frente. O Ronaldinho Gaúcho e Zenedine Zidane têm um lugar garantido entre os famosos mundiais. Não estranhe seus salários fantásticos de 10 milhões de dólares ao ano que recebem. Um astro de cinema ganha esta quantia por filme. Todos fazem parte do show.

Agora quero ir a um assunto que me interessa e conheço bem. Há anos uso uma marca de roupa italiana, a Ermenegildo Zegnha, que é perfeita. Fazem tecidos de ternos, gravatas, camisas, suéter em fábrica própria que pertence a família há 80 anos. Lógico que são de primeira linha. Nada terceirizado, tudo italiano de bom gosto e durabilidade. Com a globalização, os americanos descobriram as roupas italianas tipo Valentino, Brioni (melhor do mundo), Ferragamo, Prada, Gucci e passaram a comprar em dólares. Triplicou o preço. Você vai ao cinema e vê que o James Bond usa Brioni. Que o Bruce Willis veste camisa Armani; as atrizes usam Valentino, sapatos Ferragamo (número um para mulheres) e os preços vão subindo. Não há produção mundial apenas para uma elite rica. E eu fiquei fora das minhas marcas prediletas. Quando vou a Itália procuro outras, ainda não conhecidas em Los Angeles. O que importa é não serem cópias chinesas, como fazem com as cópias Louis Vuiton ou com a maioria dos óculos que fazem em Taiwan. As mulheres enfrentam a concorrência nas marcas francesas, basta ler uma revista de modas. Tudo vai acabar na televisão e daí direto para a internet.

Por que os casacos de cashemere dobraram de preço? É que falta lã para tanto consumo. Não há carneiros disponíveis na Tasmânia e nem seda a esse nível. O Tom Cruise usa ternos ingleses ou italianos de 5 mil dólares. Não é nada para quem ganha 20 milhões por filme. Um sapato John Lobb inglês custa 2 mil dólares, o par, na Loja Hermes (a mais chique do mundo). Em outro filme o agente da CIA notou que o alvo era um homem rico com um John Lobb e previu o rapto. Pronto, promoveu o sapato. A partir daí não há petróleo para tantos carros novos e o barril foi para U$ 64 dólares.

Caro leitor, raciocine sempre em termos globais que fará o correto. O mundo diminuiu de tamanho e aumentou a população.

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