Meu negócio é escrever e não fotografar. Mas não resisti quando, na semana passada, me vi diante das etiquetas aí embaixo, em um supermercado de Curitiba. Resolvi compartilhar com os leitores para que, juntos, tentemos refletir um pouco sobre as razões por que coisas como essa acontecem.

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E aí, leitor, o que você prefere? Pagar R$ 15,29 e levar para casa um fardo com 12 rolos com 30 metros de papel higiênico ou gastar R$ 15,75 para ter 8 rolos de 50 metros cada? Qual dos dois está mais barato? Qual das duas ofertas vale a pena?

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Decifrar a tal questão não é saída fácil e certamente vai exigir que o consumidor tenha uma calculadora ao seu lado. A questão central é que os rolos usam medidas diferentes, portanto não há equivalência entre eles. É preciso fazer contas, principalmente porque aquela que o mercado faz para o cliente, veja só, está errada. Para simplificar, se alguém ficou curioso, o pacote com 8 rolos é mais econômico: cada metro sai por R$ 0,0393, contra R$ 0,0424 do outro pacote. Não R$ 0,045, como dizem ambas as etiquetas.

A questão aqui não é o preço, mas a razão pela qual fabricantes e comerciantes confundem o consumidor de um modo que parece ser assim tão deliberado. Meu palpite é que eles tiram partido da dificuldade que o brasileiro, em geral, tem em relação à matemática. Já vi em outras ocasiões problemas ainda mais simples: a embalagem grande do arroz ou do achocolatado, que deveria ser “econômica”, custando mais que a compra de várias embalagens pequenas.

Administrar suas finanças pessoais não significa apenas identificar bons investimentos. No dia a dia, a principal questão é como aplicar com inteligência os recursos disponíveis – nas compras mais cotidianas, em especial. Então fica a dica: não vá ao supermercado sem calculadora (a do celular serve muito bem). E desconfie das ofertas.

Mais Tesouro Direto

Depois de ler a coluna da semana passada, o Geraldo escreveu para tirar uma dúvida sobre investimentos via Tesouro Direto. Ele soube que é preciso ter conta em uma corretora para investir nessa modalidade. “O custo mensal de uma corretora não é barato, sei lá, R$ 20 ao mês, o que daria uma boa grana ao ano, não é mesmo?”, pergunta ele.

Sim, Geraldo, é preciso ter conta em uma corretora para aplicar em títulos do governo federal. Mas a cobrança dos serviços da corretora é diferente daquilo que ocorre com as negociações de ações e não dá para dizer que vai custar R$ 20 ao mês ou outro valor qualquer. A cobrança é diferente porque o processo é diferente. Nas ações, o cliente emite uma ordem de compra ou venda de papéis e a corretora mantém uma estrutura para cumprí-la. É a corretora quem, de fato, faz o negócio em nome do cliente.

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Já no caso dos títulos, a compra e a venda dos papéis é feita no ambiente do Tesouro – pode passar pelo site da corretora no caso dos agentes integrados, que são alguns bancos e corretoras cujo sistema está interligado ao do governo. Tecnicamente, o papel da corretora é o de agente de custódia. Na prática, é como se os papéis que pertencem ao cliente ficassem guardados (eletronicamente, claro) na BM&FBovespa, mas a chave do cofre ficasse na mão do agente de custódia, que é a corretora. Para isso, ela cobra uma taxa de administração, que equivale a um porcentual do valor guardado. Essa taxa varia de uma instituição para outra. A BM&FBovespa também cobra uma taxa de custódia e essa é igual para todo mundo: 0,3% ao ano, cobrada semestralmente.

Algumas corretoras não cobram taxa de administração. Atualmente, são quatro (o banco Modal e as corretoras Corval, Easynvest e Tullet Prebon Brasil), mas isso muda com frequência. Para ver a listagem sempre atualizada, vá ao site do Tesouro Direto e busque as instituições financeiras habilitadas.

O valor dessa taxa é importante para definir em qual corretora aplicar, mas convém levar em conta uma outra questão. Se você precisar fazer um DOC ou uma TED para enviar o dinheiro à corretora, a tarifa pelo serviço também pode comer um pouco dos seus ganhos.

E aí?

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