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Você sabe quanto paga em tarifas bancárias? O valor costuma estar expresso nos extratos, mas nem todo mundo presta muita atenção. Deveria. Afinal, imagino que você se preocupe com os preços pagos no supermercado e no comércio em geral. Também creio que esteja por dentro dos preços que paga pelos serviços de água e luz, entre outros. Por que não manter, então, um controle do que você paga ao banco?

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Um controle desse gênero poderia permitir ao cliente negociar valores menores e pacotes de serviços mais adequados às suas necessidades. E, quem sabe, migrar para uma instituição que o atenda melhor. O problema é conseguir entender o que está sendo cobrado.

Já foi pior. Nos últimos tempos, o Banco Central adotou algumas medidas para unificar a nomenclatura dos serviços, de forma que uma mesma taxa tenha nome igual em todas as instituições. Pode parecer bobagem, mas esse já foi um grande avanço. O BC também instituiu um pacote mínimo de serviços, que inclui cadastro para abertura de conta, oito saques, quatro extratos do mês corrente, dois do mês anterior e quatro transferências entre contas do mesmo banco. O preço desse pacote básico varia de R$ 10 a R$ 25 – veja o quanto cobram os maiores bancos brasileiros na tabela ao lado. Os dados são do Sistema de Divulgação de Tarifas de Serviços Financeiros (Star), mantidos pela Federação Brasileira de Bancos no site www.febraban-star.org.br.

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Esse pacote mínimo ajuda, mas não resolve tudo. Quem precisar de serviços não incluídos no pacote paga preços avulsos que tendem a ser altos. Todos os bancos oferecem pacotes com serviços adicionais que podem compensar, mas só se o cliente fizer bom uso de tudo. Caso contrário, estará pagando para não consumir.

A variedade é grande. O Bradesco, por exemplo, tem 11 pacotes diferentes. O Itaú-Unibanco, dez. O Santander tem 6. Banco do Brasil e CEF são mais enxutos: têm quatro pacotes cada. Como escolher? Como saber se você não está pagando mais do que precisa?

Para checar se não poderia migrar para um outro plano, converse com o gerente do banco para ouvir dele quais seriam os planos tarifários mais adequados ao seu perfil. Isso ajudará a restringir a escolha. Pegue a descrição de cada um e observe quais desses serviços você efetivamente usa. O HSBC, por exemplo, tem sustação de cheques incluída em seis de seus nove pacotes de tarifa para pessoa física. O pacote intitulado Super Econômico garante três sustações por mês; o HSBC Premier, 25. Convenhamos, leitor: quando foi a última vez que você precisou sustar um cheque? Você precisa mesmo de tudo isso?

Qual transparência?

Segundo a Febraban, das 29 tarifas mais usadas pelos clientes bancários, 17 se mantiveram inalteradas ao longo de 2011. Dez aumentaram e duas caíram. As que caíram foram as transferências entre contas do mesmo banco feitas na agência (-14,53%) e por meio eletrônico (-12,16%). Trata-se, entretanto, de uma queda virtual: na imensa maioria dos pacotes de tarifas, essas transferências são feitas de forma gratuita. É um número que fica bonito no comunicado para a imprensa, mas que não tem efeito real.

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Informações como essa, aliada à grande variedade de pacotes ofertados pelas instituições financeiras, fazem com que a transparência exigida pelo Banco Central na divulgação das tarifas acabe não dando em nada. Uma pena.

Cheque caro

O sistema de pesquisa de tarifas do Banco Central (você pode consultar em www.bcb.gov.br/?TARIFAS) mostra que, em algumas tarifas importantes, a média que os bancos cobravam em janeiro de 2011 subiu bastante em relação à média atual. O segundo talão de cheques do mês (20 folhas) custava R$ 10,34, em média, em janeiro de 2011. Hoje sai por R$ 12, 74 – alta de 22,2%. Uma transferência eletrônica (TED) subiu de R$ 15,21 para R$ 15,77 (+3,68%). Extrato em terminal eletrônico subiu de R$ 1,83, em média, para R$ 2,24 (+22,4%).

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