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A previdência privada está em uma ótima fase no país. Nesse período de crise na Europa e juros em queda por aqui, o investidor foi se afastando de alguns tipos de aplicação. Veja, por exemplo, o que aconteceu com os fundos multimercados nos últimos 12 meses: a captação líquida (ou seja, todos os depósitos feitos no período menos os resgates) foi negativa em R$ 7 bilhões. Nesse mesmo período, os fundos de previdência privada tiveram entrada líquida de R$ 29,7 bilhões.

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Um sucesso. Neste ano, de cada R$ 4 de captação líquida dos fundos de investimento brasileiros, R$ 1 foi para a categoria previdência.

A rentabilidade também foi boa. Segundo a Associação Brasileira das Entidades do Mercado de Capitais (Anbima), os fundos de previdência baseados em renda fixa renderam 7,42% até o dia 3 de setembro. Para quem não está acostumado com a terminologia, ela é bem simples: os fundos de previdências são classificados pelo tipo de investimento que fazem para multiplicar o dinheiro de seus clientes. Há aqueles que investem apenas em renda fixa, os balanceados (que incluem renda fixa e variável), os multimercados. Os de renda fixa formam a maioria esmagadora do mercado, perto de 98% do patrimônio total.

É claro que a rentabilidade é importante, mas, olhando para os números do passado, você percebe que há algo mais. O patrimônio dos fundos de investimento está sempre crescendo, mesmo quando a crise bate à porta e outros fundos recuam. A previdência privada cresce porque os brasileiros estão sendo... bem, estão sendo mais previdentes. Estão poupando agora para desfrutar na época da aposentadoria. Não é por outra razão que esses fundos subiram do quinto para o terceiro lugar no ranking do setor nos últimos três anos.

Essa é a boa notícia. A ruim é que ainda há uma espantosa falta de gente especializada para apresentar e vender esse tipo de produto para o cliente pessoa física. Há muita má informação sendo passada para os clientes – que compram da mesma forma, dada a crescente preocupação com o futuro e o temor que muitos têm de depender da aposentadoria do INSS.

Quando é que os bancos vão acordar?

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Mudando de assunto...

Veja como são as coisas. Em dezembro de 2010, demos aqui na coluna uma matéria sobre a alta da carne bovina – na época, as pessoas se surpreendiam no supermercado com o quilo do filé mignon, que andava beirando os R$ 70. A explicação, dada por técnicos da área, era que os boizinhos estavam no meio de um ciclo iniciado por volta de 2004, quando o preço andou muito baixo e os pecuaristas reagiram reduzindo a área dedicada às pastagens e abatendo matrizes. Com isso a carne ficou mais escassa e, claro, mais cara. A previsão era que os preços voltassem a cair fortemente dentro de três anos.

Pois bem, já se passaram quase dois anos. E, segundo levantamento do IBGE que faz parte do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, o principal índice de inflação do país), o preço da carne bovina em Curitiba caiu, em média, 4,4% neste ano. Alguns cortes foram bem além – como a alcatra, que caiu 14,73% para o consumidor. A previsão parecia estar se realizando. Porém...

... porém, na semana passada, publicamos aqui na editoria de Economia uma nova reportagem sobre o assunto. A matéria falava sobre a influência dos preços dos grãos (milho e soja) na cadeia de produção de bovinos. Como os grãos compõem a ração usada na fase de engorda que antecede o abate (chamada de terminação no jargão do campo), a alta desses insumos deve contribuir para emperrar a trajetória de queda no preço da carne.

A alta no preço dos grãos é, principalmente, consequência da terrível seca que abateu as plantações dos Estados Unidos. Então o cenário é esse: a falta de chuva no Mississipi está tornando mais caro o churrasquinho de quem mora às margens do Belém. O mundo dá mesmo voltas.

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