A Rosane escreve com uma dúvida sobre qual aplicação escolher. Ela tem acesso ao CDB de seu banco, com rentabilidade equivalente a 98% do CDI. Mas está de olho em aplicações do Tesouro Direto e viu que sua corretora cobra uma taxa equivalente a 0,40% ao ano. “Qual o melhor investimento?”, ela pergunta.
O melhor investimento sempre vai depender de muitas variáveis. A principal delas é o tempo da aplicação. Se a Rosane ficar com os papéis do Tesouro até o vencimento da aplicação, o cenário é um. Se precisar dos recursos antes, é outro, bem diferente -- e imprevisível, porque está ligado ao cenário do momento. Quem entrasse ontem no site do Tesouro Direto encontrava papéis com vencimento em 2018, 2019, 2020, 2021, 2024, 2025, 2035 e 2050.
Rosane não falou qual título do Tesouro a interessava e isso faz diferença. Há entre as opções do Tesouro uma que tende a ter rendimento equivalente ao do CDB. É o Tesouro Selic (antiga LFT). Ela paga ao investidor o rendimento da taxa Selic -- aquele que o BC define nas reuniões do Copom e que agora está em 13,25% ao ano. A Selic e o CDI andam sempre coladinhos. No acumulado do ano, a Selic soma 4,10%, o CDI está em 4,09%.
Para saber qual dos dois seria mais adequado, é preciso fazer algumas contas. Mas, em primeiro lugar, é preciso decifrar essa sopa de letrinhas que habita o nosso sistema financeiro. CDB quer dizer “Certificado de Depósito Bancário”. Ele é um papel que os bancos emitem e vendem para os seus clientes, com a promessa de pagar juros mais tarde. No fundo, no fundo, quem compra CDB está emprestando dinheiro ao banco.
Já o CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro) é um “parente” do CDB, mas cujo uso é restrito ao sistema financeiro. O CDI funciona como uma espécie de “moeda” entre os bancos, regulando empréstimos de curto prazo entre uma instituição e outra. Na prática, ele acabou se transformando em uma referência também para os clientes bancários.
Na ponta do lápis, levando em conta a taxa de 0,40% cobrada pela corretora, o CDB fica ligeiramente mais vantajoso. Mas é por bem pouco. Se a aplicação no banco lhe rende alguma vantagem por relacionamento, como um pacote de tarifas mais barato, é melhor deixar o dinheiro por lá.
Mas não deixe de dar uma olhada em outras opções, mesmo no Tesouro Direto. Quem tem olhos atentos sempre pode encontrar boas oportunidades. Os títulos corrigidos pela inflação (Tesouro IPCA +) podem ser uma alternativa. Papéis com vencimento em maio de 2019 pagam a inflação do período mais juros de 6,71% ao ano.
Amarelinho
Há uns 11 anos anos, mais ou menos, Amarelinho entrou lá em casa. Ele chegou porque meus filhos queriam -- precisavam -- de um bicho de estimação e experiências prévias com peixes ornamentais e cachorros não foram muito bem sucedidas. Então veio ele, um canário belga, que enchia as nossas manhãs de cantoria.
Sempre gostou de um desafio. Cada vez que o aspirador de pó era ligado ele cantava mais alto, para fazer frente àquele ruído que, provavelmente, lhe feria os ouvidos de pássaro. Nessas horas ficávamos admirados: como podia alguém tão pequeno cantar tão alto?
Nos últimos tempos, Amarelinho andou quieto. Não cantava mais. De vez em quando levantava a voz para um duelo (ou seria um dueto?) com o piano, quando um dos meninos tocava. De uns meses para cá, nem isso.
Amarelinho nos deixou ontem. Vamos sentir saudades.
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