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Na semana passada, muitos economistas levaram um susto. A fonte da surpresa foi o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-BR), uma medida do crescimento econômico do país. Ele é visto como uma "prévia do PIB" ou seja, do Produto Interno Bruto, que equivale à soma de todas as riquezas criadas no país em determinado período. No primeiro trimestre deste ano, o índice indica um crescimento de 0,15%. Para quem queria 4,5% (pelo menos era esse o número que os membros do governo sempre usavam), foi um tremendo banho de água fria.
Com a economia crescendo menos, haverá menos condições para as empresas ampliarem seus lucros nos próximos meses. Isso tende a ser ruim, por exemplo, para quem tem recursos aplicados na bolsa de valores. Da mesma forma, baixo crescimento abre caminho para o governo e o Banco Central adotarem medidas para "acordar" setores que estiverem com baixo desempenho. Um exemplo está no incentivo ao setor automobilístico, que estava na boca do povo desde a semana passada e que veio à tona ontem (veja mais sobre o assunto na página 18). Aliás, aqui vale uma observação: nos últimos anos, as montadoras contaram com uma defesa muito eficiente no Ministério da Fazenda. Todas as suas reclamações foram prontamente atendidas pelo governo basta que as vendas caiam por um ou dois meses seguidos e lá vem uma redução de IPI, uma sobretaxa sobre produto importado, uma desoneração, uma redução de IOF sobre os financiamentos... Quem dera a pequena empresa também pudesse contar com um amigão desses!
A redução de juros que o BC vem implantando desde setembro do ano passado também se insere entre essas medidas. Quando o ciclo começou, muita gente atacou o BC, dizendo que não havia razão para tanto, porque a economia estava aquecida. De lá para cá, a desaceleração foi intensa, a ponto de estarmos agora perigosamente perto de zero. Não é que o BC estava certo?
Pode contar: os juros vão continuar caindo. Isso significa que o "gatilho" da nova fórmula da caderneta de poupança será atingido na semana, na próxima reunião do Copom.
RendimentosO leitor Juergen fez uma pergunta que pode estar na cabeça de muita gente. Ele quer saber se os rendimentos das poupanças antigas (ou seja, depósitos anteriores a 4 de maio), que não forem movimentados, são considerados como aplicação nova ou se estão submetidos à mesma regra dos depósitos anteriores ou seja, com rendimento de 0,5% ao mês mais TR.
Explicando melhor. Digamos que você tenha R$ 10 mil na caderneta. Neste mês, o rendimento dessa aplicação é de 0,55%, que equivale a R$ 55. O que Juergen quer saber é se esses R$ 55, se não forem sacados, vão continuar rendendo segundo a fórmula antiga ou entram na nova fórmula, que pagará 70% da taxa Selic mais TR sempre que a Selic for igual ou menor a 8,5% ao ano.
Para todos os efeitos, o rendimento da poupança antiga não será visto como uma nova aplicação. Vai continuar rendendo segundo a fórmula antiga. Por isso, vale repetir: se você tem depósitos antigos na caderneta, só resgate em último caso. De agora em diante, nenhuma aplicação vai se equiparar com ela na relação risco-rendimento.
É possível que, nos próximos anos, os bancos passem a assediar os clientes de poupança a transferir os recursos para outras aplicações. Se isso acontecer, resista. O mais provável é que essa aplicação seja melhor para o banco do que para o cliente.
Resgates
A leitora Juliana conta que vai receber R$ 40 mil nos próximos dias, e vai guardar o dinheiro por uns dois meses antes de usá-lo na compra de um carro novo. Nesse intervalo, pretende deixar o dinheiro na caderneta de poupança, mas as mudanças recentes a deixaram com dúvidas. "Algo mudou em relação ao resgate? Tenho um prazo mínimo para fazer o resgate?", pergunta.
Não, Juliana, isso não mudou. Você pode sacar em dois meses, só tome cuidado com a data de aniversário do depósito, para garantir que vai receber o rendimento integral do segundo mês. E vale lembrar que, em caso de aplicações com prazo inferior a seis meses, a poupança continua imbatível.
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