Para um colunista que escreve sobre como ganhar dinheiro e aumentar o que você já tem, estou prestes a dar um conselho que pode fazer com que os leitores, por mais amáveis que sejam, comecem a achar que sou meio maluco. Mesmo assim, vamos lá: creio que você deve começar a pensar em doar seu dinheiro e tempo a alguém.
Algumas pessoas costumam apontar que uma das razões por que o Brasil tem dificuldades em encontrar seu caminho de desenvolvimento é que o nosso associativismo é pequeno. Em geral, nós, brasileiros, somos ligados apenas às organizações a que somos obrigados – sindicatos, por exemplo. E raramente contribuímos de verdade com alguma causa. E não se trata aqui de ligar para algum número do Criança Esperança ou coisa parecida. A ideia é doar, voluntariar-se, participar para saber de que forma os recursos estão sendo usados.
Estamos às vésperas do Natal, e esta é uma boa época para tocar nesse assunto: a celebração de um Deus que deixou sua posição privilegiada no universo para viver entre humanos de forma tão completa que, ao fim, entregou sua vida por eles.
Pense nos outros. Inspire-se em Cristo. Sua recompensa pode não vir em dividendos, mas virá, como escreve Paulo em Filipenses 4:19: “E o meu Deus, de acordo com as gloriosas riquezas que ele tem para oferecer por meio de Cristo Jesus, lhes dará tudo o que vocês precisam”.
Feliz Natal.
Sobre o FGTS
Interessante como o governo tem sido pródigo em soltar pequenos boatos sobre tudo o que vai fazer. No jargão do jornalismo, esses boatos são chamados de “balões de ensaio” – são experiências com a opinião pública, se derem bons resultados ficam, se não, arranja-se outra fórmula. As mudanças no FGTS citadas ontem pelo presidente Temer estão nessa categoria. Saíram umas duas versões por aí antes que Temer a mencionasse em entrevista.
A liberação dos recursos nas contas inativas tende a ser positiva. Se o dinheiro é do trabalhador – está em uma conta no nome dele –, por que impedi-lo de sacar?
Observação adicional: é engraçado o governo dizer que essa mudança irá “injetar” até R$ 30 bilhões na economia nacional. É uma bobagem, porque esse dinheiro não está sendo criado do nada: ele já faz parte da economia, só que não é administrado pelos seus proprietários. Está na mão do Estado, que é, por princípio, um mau gestor.
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