O número já é meio velho, mas ainda é significativo – e, como é o mais recente disponível, não há como fugir dele. Em janeiro, o saldo dos depósitos em caderneta de poupança recuou. A última vez que isso aconteceu foi em janeiro de 2006.

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Janeiro costuma ser um mês fraco para as cadernetas. Isso não é surpreendente, porque essa é uma aplicação típica de pessoas físicas. E para o cidadão típico, janeiro é um mês em que é difícil poupar. Para quem usa cartão de crédito, é hora de pagar as contas que restaram de dezembro. Também caem despesas de início do ano, como material escolar, matrículas. Para quem não é assalariado, com frequência é um mês com poucas entradas. Mas o que aconteceu neste janeiro é um pouco diferente. Afinal, uma redução no saldo total é algo que ocorreu em apenas quatro meses nos últimos dez anos.

Há algumas razões para isso. Uma delas foi a boateira – com cheiro de maldade, aliás – que correu em fins de janeiro e começo de fevereiro, dizendo que o governo confiscaria dinheiro da poupança da Caixa. O boato era falso, mas o efeito pode ter sido bem verdadeiro. Precisamos esperar pela divulgação dos dados de fevereiro, que devem vir nos próximos dias, para confirmar o estrago.

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Outra razão está no rendimento. Cadernetas aniversariando hoje terão, no mês, rendimento de 0,5256%. Ok, a caderneta é isenta do Imposto de Renda, mas, mesmo assim, ela está perdendo feio de muitas outras aplicações. Isso para não falar da inflação: a de fevereiro foi de 1,22% pelo IPCA e de 1,16% pelo INPC (que mede como a variação de preços impacta sobre as famílias mais pobres, com renda de até cinco salários mínimos). A caderneta está perdendo de lavada!

A velha caderneta já suportou muita coisa, e foi surpreendente como ela continuou vigorosa depois da mudança de regras ocorrida em 2012. Mas o rendimento é baixo, e está decepcionando cada vez mais.

Dólar

R$ 3,10, R$ 3,12, R$ 3,15… Onde ele vai parar? Francamente, hoje é impossível dizer. No mercado, há comentários apontando para algo como R$ 3,30 – o que é, na verdade, assustador, se você pensar que ele estava abaixo de R$ 2,25 em setembro do ano passado. Pode não subir tudo isso, mas também pode estourar até essa previsão pessimista, a depender do que ocorrer no front político.

De fato, agora é o risco político a variável mais importante. Risco político é a possibilidade de uma mudança na área política trazer instabilidade à economia, provocando, por exemplo, mudanças de política monetária.

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É esperar para ver, mas é bem possível que esta semana prossiga tensa por causa das manifestações esperadas para os dias 13 e 15. A ver.

Adeus, Miami!

Se alguém fica um pouco mais feliz com a alta do dólar, é o comércio de alguns artigos específicos. A lista vai de vestuário infantil de grife a eletrônicos. É que a prática de comprar nos Estados Unidos (ou no Paraguai, para os menos aquinhoados) não compensa mais.

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