• Carregando...
 |
| Foto:

Aos 29 anos de idade, o leitor Maciel é casado, tem casa própria e carro quitado. Mora em Cascavel e consegue economizar cerca de R$ 4 mil por mês – uma capacidade de poupança invejável para o cenário brasileiro atual. Ele conta que pretende fazer uma previdência complementar e desfrutar dela a partir dos 60 anos de idade, mas quer diversificar um pouco mais. Está pensando em algo seguro, que não dê incômodos. Pensa em comprar um imóvel em sua cidade, dando o carro e parte dos R$ 60 mil que guarda em caderneta de poupança. Mas não está bem certo disso, porque vê o mercado imobiliário "quase saturado" e pergunta sobre outras possibilidades.

Interessante que a carta do leitor chegou alguns dias antes da publicação das reportagens da colega Cristina Rios, aqui na Gazeta, que mostraram no domingo e ontem o grande momento da construção civil no interior do Paraná. Se, por um lado, elas demonstram o quanto esse segmento vem crescendo nos últimos anos, as matérias também deixam entrever aquilo que Maciel teme: um mercado com potencial de alta limitado por causa do grande número de unidades disponíveis. De fato, um dos textos publicados no domingo já fala em desaceleração no mercado de Cascavel.

Se preferir ficar fora do mercado imobiliário, o leitor terá várias opções na renda fixa. CDBs, fundos DI e o Tesouro Direto são as mais conservadoras, lembrando que: 1) a remuneração dos CDBs varia muito de uma instituição para outra. Vale a pena pesquisar entre os bancos de primeira linha e negociar com o gerente de seu banco de preferência uma taxa boa; 2) os CDBs são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito até o limite de R$ 60 mil por CPF e por instituição, o que garante ter o dinheiro de volta mesmo que o banco quebre; 3) os fundos cobram taxa de administração. Busque taxas abaixo de 1% ao ano; e 4) é preciso ter conta em uma corretora (pode ser a do seu banco) para operar no Tesouro Direto.

Além dessas, ele pode considerar investir em fundos imobiliários, cujos rendimentos são isentos de Imposto de Renda. Uma outra opção – embora o leitor diga que não quer riscos de bolsa – é investir em ações de empresas que paguem bons dividendos. Com isso ele poderia ter ganhos periódicos pagos pela empresa, quase como numa aplicação de renda fixa.

Com o capital que já tem e a certeza de poder economizar um pouco a cada mês, Maciel pode muito bem fazer uma composição com duas ou mais das opções acima.

Agricultura e construção

Impressionante a foto, publicada na capa da edição de ontem, do Residencial Bela Vista, em Londrina. Mostra uma paisagem, com casas e prédios novinhos, como que brotando do meio de um campo de soja. Londrina é uma das cidades que mais se beneficia do bom momento da construção civil no interior.

Além do notável crescimento econômico e da disponibilidade de crédito, há em Londrina fatores locais que contribuem para esse cenário. Segundo dados do IBGE, o município de Londrina tinha em 2006 o equivalente a 1.363 quilômetros quadrados ocupados por propriedades rurais. Como o município tem 1.653 quilômetros quadrados, isso significa que 82% da área era ocupada por fazendas, sítios e chácaras. Ocorre que as atividades ligadas à agropecuária correspondem a 17% da geração de riquezas do município (o PIB local). Há um descompasso aqui: as terras disponíveis estão gerando muito pouca riqueza em relação a outras atividades.

Resultado: as propriedades rurais acabam se transformando em estoque de terras para o mercado imobiliário. Fenô­meno semelhante pode estar ocorrendo em outras localidades do estado, principalmente nos municípios de grande extensão territorial.

Está aí algo em que também o poder público deve prestar atenção. Em Londrina, áreas de condomínios residenciais de luxo estão sendo taxadas com Imposto Territorial Rural (ITR), cujo valor é bem menor do que pagariam em Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Compras excessivas

Contagem do fim de semana em minha conta pessoal de e-mail: 70% das mensagens recebidas vinham de sites de compras coletivas. A gente se cadastra para se manter a par das ofertas e, quando percebe, está recebendo até três mensagens por dia de algumas dessas empresas. É o tipo de excesso que faz mal para quem faz a propaganda: o usuário fica de saco cheio e começa a bloquear as mensagens – uma reação que não vai agradar nem um pouco o anunciante.

Comente

Escreva para financaspessoais@gazetadopovo.com.br e mande sua dúvida sobre finanças pessoais, seu comentário ou crítica.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]