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Ontem não foi um bom dia para quem investe em ações. O índice Ibovespa teve queda de 2,36%, principalmente em consequência do tremendo tombo levado pelos papéis da Petrobras (foi por causa dos preços do combustível). Esse, entretanto, é só mais um capítulo de um ano que os entusiastas da bolsa provavelmente vão querer esquecer. Até agora, o Ibovespa já recuou 15,9% – e as perspectivas não são lá muito boas para este mês, principalmente com os juros em alta.

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Dois tipos de estripulias andaram atrapalhando o mercado. As estripulias privadas são as do grupo EBX, que pegou dinheiro no mercado oferecendo planos mirabolantes de crescimento e não conseguiu honrar suas promessas. Duas dessas companhias pediram recuperação judicial; o valor dos seus papéis se desfez diante dos olhos dos investidores. As estripulias estatais envolvem, principalmente, a Petrobras. Usada como um instrumento de contenção de preços pelo governo federal, perdeu lucratividade e está fazendo um verdadeiro feirão com suas propriedades mundo afora. Já foram vendidos campos exploratórios no Peru, nos Estados Unidos, no Uruguai e na Colômbia, oleodutos na Colômbia, usinas termelétricas e pequenas hidrelétricas no Brasil, entre outros negócios. Tudo isso para gerar recursos para a exploração do pré-sal, mas com danos à produção da empresa em outras áreas.

Essas e outras encrencas fazem com que a bolsa brasileira esteja entre aquelas que registram maiores perdas no planeta, ao lado de suas congêneres do Chile, Colômbia, Ucrânia e Peru. Mesmo na Europa, onde a crise está às portas, o ambiente anda melhor: o índice DAX, da bolsa de Frankfurt, acumula 23,5% de alta; o FTSE 100, de Londres, conta +11,8%; o CAC 40, de Paris, soma 17,7%; o FTSE MIB, de Milão, subiu 15,1%. Tudo isso amplia o mau humor dos investidores internacionais em relação ao Brasil. E, na bolsa, essa turma faz grande diferença.

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É uma pena, porque um mercado de ações saudável faz muito bem para um país. Além de representar uma alternativa de investimentos importante para as pessoas físicas, ele é um excelente caminho para as empresas captarem dinheiro para sua expansão, a preço baixo. Um caminho para isso são as ofertas públicas iniciais (mais conhecidas pela sigla em inglês IPO), em que empresas entram na bolsa vendendo uma parte de seu capital para financiar novos negócios.

Os IPOs estão refluindo em todo o mundo. Segundo levantamento da agência de informações financeiras Thomson Reuters, 142 deles foram cancelados neste ano (veja alguns destaques na tabela) – se saíssem, eles poderiam levantar algo como US$ 7,8 bilhões. Esses cancelamentos ocorrem porque as empresas percebem que não conseguiriam arrecadar os valores previstos. Se o ambiente está ruim lá fora, onde as bolsas sobem, imagine aqui...

Não era da prefeitura

Atento, o leitor Cleverson Santos escreve para corrigir um deslize deste colunista. O jingle que começava com o verso "Conte tudo pro ouvidor" não fazia parte da publicidade da Prefeitura de Curitiba, mas do órgão que o governo do Estado criou em 1991.

Está corrigido, Cleverson!

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