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Este ano não está sendo fácil para quem investe. As aplicações em renda variável andam sofrendo – a bolsa perdeu 17,48% neste ano, até agora, apesar da alta de 0,85% registrada ontem. Com a inflação alta e os juros básicos mais ou menos contidos, os ganhos em renda fixa também não são o sonho de consumo de ninguém.

Nesse ambiente, o que fazer com o dinheiro? Guardar embaixo do colchão?

O leitor Augusto não é tão radical. Ele escreveu na semana passada, perguntando se o Tesouro Direto ainda é uma boa opção e, em caso positivo, quais títulos seriam mais indicados. A resposta, naturalmente, depende de quanto ele tem para investir, qual o prazo da aplicação, o uso que vai fazer do dinheiro e da quantidade de risco que pode suportar. Aliás, é bom ter sempre isso em mente: a aplicação que funciona para uma pessoa pode ser insuportável para outra, menos afeita às oscilações nervosas dos mercados.

Raul Ribas, da consultoria em investimentos Diversinvest, diz que há algumas oportunidades no Tesouro Direto, sim – mas que elas podem exigir um pouco de paciência do investidor. A principal indicação de Ribas são as NTN-B (Notas do Tesouro Nacional, série B). São papéis que garantem ao investidor a variação do IPCA mais juros, definidos no momento da compra do título. Em tempos de inflação alta, eles são sempre interessantes, e os juros adicionais subiram nos últimos meses.

É importante lembrar que o investidor só recebe a remuneração garantida na data da compra se mantiver os títulos em carteira até o vencimento. Quem entrasse ontem no site do Tesouro, por exemplo, encontraria NTN-B com vencimentos em 2019, 2024 e 2035. Se o sujeito precisar resgatar antes do prazo, também pode, só que não tem nenhuma garantia de rendimento. Toda quarta-feira o Tesouro Nacional recompra títulos a preços de mercado, que variam conforme a oferta e a demanda. Isso traz um pouco de incerteza ao processo.

De acordo com Ribas, as NTN-B são apropriadas para quem está pensando em prazos mais longos. Quem não vai precisar do dinheiro tão cedo e pode atravessar sem sofrimento as agruras que o mercado talvez reserve para este segundo semestre, por exemplo. Para quem é mais conservador, o consultor indica as LFT (Letras Financeiras do Tesouro), cuja remuneração é pós-fixada, regida pela taxa básica do país, a Selic.

Para seus clientes, Ribas tem sugerido manter os recursos em aplicações de alta liquidez – ou seja, aquelas em que é possível resgatar o dinheiro com velocidade e sem perdas. Essa posição tem dois objetivos: reduzir as perdas com as grandes oscilações que o mercado vem enfrentando no dia a dia e manter os recursos disponíveis para aproveitar alguma oportunidade, assim que o ambiente clarear um pouco.

Barris e barris...

... cheios de papel. Nos últimos dias, as notícias apontam para uma tentativa de a OGX recuperar-se vendendo ativos – em especial, concessões compradas em leilões da Agência Nacional de Petróleo. O braço petrolífero do grupo de Eike Batista não tem tido sucesso em sua atividade-fim. Há menos de dois meses, declarou que suspenderia o desenvolvimento em três campos e que um quarto seria deixado de lado até o fim do ano, porque sua produção não é suficiente para que seja comercialmente viável. Talvez a reciclagem de concessões seja uma atividade econômica mais adequada à empresa.

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